Conheci Juliano Grazzi há três anos. Secretário-geral da Associação Europeia da Indústria de Biomassa (Eubia), e um profundo conhecedor do valor ambiental e econômico da produção sustentável da madeira, Grazzi, como todo apaixonado pelo que faz, é extremamente convincente quando comenta o quanto o Brasil poderia avançar neste setor. Recentemente, Ingo Jordan, reconhecido
agrônomo catarinense, apresentou seu trabalho sobre a importância do reflorestamento como instrumento de redução no efeito estufa e aquecimento global.
Pequenas florestas de 10 hectares, poderiam absorver calor e CO2 por toda Santa Catarina. Além dos benefícios ambientais, agregariam empregos, gerando renda e energia. Nosso Estado tem cerca de 2 milhões de hectares sem uso, próprios para implantação de reflorestamentos sustentáveis. Na distante e agredida Amazônia, o holandês Johan Zweede, de 73 anos, no meio da mata desde 1965, ensina técnicas para 350 alunos/ano, sobre o manejo racional de uma floresta.
Estas citações nos fazem refletir sobre a importância de uma política nacional de reflorestamento. Estou convencido que estimular o plantio de árvores é a melhor forma de se combater o desmatamento criminoso a que assistimos. Quanto mais madeira legalizada estiver disponível no mercado, menos comércio haverá de madeira ilegal. Infelizmente, o que se vê é o inverso do que advogamos.
No Pará, Estado campeão de desmatamento, só no último ano, 5.180 km² de mata derrubada, com a madeira transportada e comercializada, mostra a necessidade pensarmos e implantarmos novas formas de se combater este flagelo ambiental que é o desmatamento de nossas florestas naturais. Para se ter uma ideia do que isso significa, é como se, todos os anos, assistíssemos a 10 Ilhas de Santa Catarina serem totalmente desmatadas.
(Por Mauro Passos,
Diário Catarinense, 26/01/2009)
Mauro Passos é presidente do Instituto Ideal