Para o jornalista Eduardo Ritter, 27 anos, o verão é sinônimo de contato com a natureza e de diversão em balneários e parques aquáticos da região das Missões.
Só que, nesta temporada, frequentar áreas com matas ciliares, às margens de rios e lagos, está proibido. Essa é uma das poucas medidas que ele tomou para tentar escapar da febre amarela já que não pode receber as doses da vacina – mesmo sendo morador de Santo Ângelo, um dos 111 municípios gaúchos da área em alerta contra a doença.
Ritter tem alergia a ovo. Assim como crianças com menos de nove meses, pacientes com leucemia e pessoas que apresentam outras contraindicações (veja quadro), ele corre o risco de sofrer problemas de maior gravidade que podem levar até a morte caso fosse imunizado.
Professor de epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Jair Ferreira alerta para os perigos de uma vacinação indevida. No caso das gestantes, por exemplo, a dose pode levar a doença ao feto e causar uma lesão neurológica. Crianças com menos de nove meses correm o risco de encefalite viral.
Contraindicações
Crianças com menos de nove meses
Portadores de imunodepressão transitória ou permanente, induzida por doenças, como neoplasias e aids, por alguns tratamentos, como uso de imunossupressoras e radioterapia
Gestação (a restrição deve ser analisada em caso de surtos)
Reações anafiláticas relacionadas a ovo de galinha e seus derivados ou outras substâncias presentes na vacina
(ZH, 26/01/2009)