Veranistas do balneário Santa Rita, em Palmares do Sul, convivem com desconforto e risco provocados por várias dunas que se formaram pela ação do vento, com altura aproximada de 3 metros em alguns pontos. O fenômeno interrompe o tráfego da avenida Alexandre e ameaça destruir três moradias. Uma das casas, de número 197, está cercada pela areia. Além disso, como a duna encobriu postes das redes de alta tensão e de iluminação pública, os fios são facilmente alcançados por crianças.
'Vivemos estressados. Há 15 dias passamos a maior parte do tempo retirando areia do terreno', disse a vendedora Simone Souza, residente em Cachoeirinha.
Na casa, a porta da cozinha foi lacrada, e a garagem coberta, que antes abrigava o carro da família, está cheia de areia, assim como a área frontal do imóvel e o principal acesso à casa. O veículo é guardado no pátio de outro veranista, a 150 metros. Um dos vizinhos de Simone desistiu e abandonou a residência. O servente de obras Cristiano Corrêa da Rosa, que mora no balneário, enfrenta o mesmo problema. 'Quando chove, a água fica represada e invade os terrenos. Quando sopra o Nordestão, há risco de ficarmos soterrados', frisou. Todos lembram da tragédia na praia de Magistério, em Balneário Pinhal, onde as dunas provocaram o desabamento de uma casa e a morte de duas crianças.
'Basta a Defesa Civil de Palmares do Sul atestar o risco iminente de desabamento das residências que autorizaremos a remoção da areia em caráter emergencial', garantiu o gerente regional do Litoral Norte da Fepam, Mattos’Allem Roxo. Segundo ele, a solução depende de planos de manejo das dunas. 'Há necessidade de estabilizar os cômoros e recuperar as dunas frontais, com implantação de esteiras e passarelas', disse. Ele destacou que, em 2007, a Prefeitura de Balneário Pinhal desapropriou uma área para abrigar 204 famílias que viviam em ocupações irregulares junto a 8 km de dunas.
(Correio do Povo, 24/01/2009)