Onze famílias ocupam irregularmente desde o último final de semana uma área localizada na Avenida Mauá, em São Leopoldo, entre as Ruas Leopoldo Wasum e Travessa Um, no bairro Santos Dumont, Vila Brás. Conforme informações da Secretaria Municipal de Habitação (Semhab), a área diz respeito a dois terrenos, um medindo 1.600 metros quadrados pertencente à Prefeitura e outro de propriedade de uma empresa privada.
As famílias dormem no local desde domingo e afirmam que ficarão lá até a Prefeitura providenciar outro local para que eles possam construir suas casas. ‘‘Só sairemos daqui com papel assinado garantindo que teremos outro local para ficar. Todos nós moramos há anos aqui na Vila Brás de favor, na casa de amigos e parentes. Apoiamos o governo sempre e agora queremos uma solução para o nosso problema’’, disse o organizador do movimento, o funcionário público aposentado Luciano Vieira da Silva, 71 anos.
Enquanto mostrava uma planta com a separação dos 11 lotes para a área, Silva salientava que a ocupação é pacífica. ‘‘Não somos baderneiros. Somos trabalhadores e estamos cobrando o que nos prometeram. Estamos recebendo apoio dos vizinhos, inclusive, que nos ajudam com a água. Confiamos no governo e esperamos uma solução.’’
De acordo com o diretor jurídico da Semhab, Cristiano Becker, as famílias já foram notificadas e o caso encaminhado à Procuradoria Geral do Município (PGM). ‘‘Sempre tentamos um diálogo com as famílias. A Semhab esteve no local conversando com elas. O fato é que estão em uma parte da área que pertence ao Município e será utilizada para a construção de mais um posto de saúde para a comunidade. Elas devem sair do local.’’
Com relação à outra parte da área, a diretoria jurídica da Semhab diz que o proprietário do espaço é que deve tomar providência sobre a retirada das famílias.
Ocupação no bairro Vicentina está na Justiça A situação das 170 famílias, que ocuparam no ano passado uma área no bairro Vicentina pertencente à empresa Cerâmica Anita, segue indefinida. Mesmo com uma ação de reintegração de posse impetrada pelos proprietários em trâmite na Justiça, uma comissão formada para coordenar os ocupantes contratou os serviços de um engenheiro civil, fez uma planta do loteamento e começou a demarcar os lotes.
Representantes da comissão afirmam que há diálogo para compra do terreno, versão que é contestada por um dos proprietários. A Semhab aguarda entrega do cadastro das famílias para avaliar como poderá intervir no caso.
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Jornal VS, 23/01/2009)