A Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Fospa) poderá começar em breve a construção de sua nova sede ao lado da Câmara Municipal, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, conhecido também como Harmonia. O projeto aguarda o Estudo de Viabilidade Urbana (EVU) da prefeitura para sair do papel.
As datas para realização da obra dependem das aprovações da administração municipal, mas o presidente da Fospa, Ivo Nesralla, estima que a resposta seja dada no final de fevereiro ou no início de março.
Com o objetivo de esclarecer dúvidas e acolher sugestões que serão analisadas para o parecer final da licença prévia do projeto, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) realizou uma consulta pública no dia 29 de dezembro. No encontro, que teve a presença de 60 pessoas, foi apresentado o Relatório de Impacto Ambiental da nova sede.
Superadas as discussões sobre a localização da nova sede – cotada primeiramente para um espaço no Shopping Total, no bairro Floresta, mas rechaçada pelos moradores do entorno, em 2003 –, e os trâmites na prefeitura, Nesralla prevê mais uma questão a contornar para a edificação.
– Estamos em uma época difícil. Com a crise, as empresas estão retraídas. O tempo de construção dependerá do apoio de companhias, mas vamos fazer de tudo para tocar o projeto – prevê o presidente da entidade.
Em uma área de 5 mil metros quadrados e com investimento estimado em R$ 36 milhões, a sala sinfônica deverá ter capacidade para 1,5 mil pessoas. Como compensação para os vegetais removidos, devem ser doadas 127 mudas ao Viveiro Municipal. Nesralla observa que moradores do entorno não serão incomodados pelas apresentações, pois a sala terá isolamento acústico, e lembra que grandes cidades, como São Paulo, contam com teatros em parques.
Segundo a arquiteta Luzia Valmorbida Rodrigues, uma das responsáveis pelo projeto, seria o primeiro prédio institucional em Porto Alegre a ser erguido dentro dos requisitos do green building – prevendo reaproveitamento de água, energia solar e telhado verde.
Mesmo com as autorizações, ambientalistas e moradores do Centro se preocupam com a instalação do prédio no parque.
– Não sou favorável. Já está tudo aprovado, são favas contadas. Mas os eventos terão impacto na área. Como ficará nossa região? – questiona João Helbio Carpes Antunes, da Associação de Moradores do Centro de Porto Alegre.
(ZH, 23/01/2009)