Representantes das 111 cidades em áreas de risco receberam orientações em Santa Maria
Os últimos dados apresentados sobre a febre amarela no Estado mostram que já foram notificadas 874 mortes de bugios, a maioria delas ainda não teve comprovação laboratorial de que foi pela doença. Em seres humanos, dos oito casos suspeitos da doença, dois foram confirmados, dois foram descartados e quatro continuam em investigação.
Os números foram divulgados em Santa Maria pelo diretor do Centro Estadual de Vigilância em Saúde Francisco Paz e o secretário estadual da Saúde, Osmar Terra. Eles reuniram-se nesta quinta-feira com prefeitos e secretários de Saúde de 111 cidades gaúchas em áreas de risco.
Combate ao Aedes Aegypti
O Estado tentou orientar os municípios sobre duas preocupações principais. A primeira delas é para que sejam combatidos todos os focos do Aedes Aegypti porque, além da dengue, o inseto também transmite o vírus da febre amarela.
A segunda orientação é em relação as áreas de mata ciliar (perto de rios e lagos). Paz pediu que as prefeituras conscientizem a população que os bugios não transmitem a doença. Eles funcionam como sinalizadores da presença do vírus porque, quando há morte dos macacos em larga escala, é investigada a presença do vírus da doença.
Vacinação
O Estado pretende lançar uma campanha e colocar outdoors na entrada de todas as cidades que estão na área de risco alertando quem chega para o fato de ser necessária a vacina contra a febre amarela.
De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, já foram distribuídas 1,2 milhão de doses contra a febre amarela no RS. Delas, mais de 679 mil foram aplicadas. Em Santa Maria, 107.863 pessoas foram imunizadas até esta quinta.
A Secretaria Estadual da Saúde solicitou hoje aos prefeitos que em 30 dias seja atingida a meta de vacinar 90% da população que mora nas áreas de risco de contaminação por febre amarela. Também em 15 dias os prefeitos deverão providenciar vacinação em massa de quem mora nas áreas rurais.
Afastando o risco
O Estado deu orientações para quem mora ou viajará para uma das 111 cidades do Rio Grande do Sul que estão na área de risco da doença
Zona Rural
O vírus é transmitido pelas fêmas dos mosquitos Haemagogus e Sabethes, que vivem na mata ciliar (perto de rios e lagos). Observe os principais cuidados:
- Não vá para essas áreas sem tomar a vacina
- Não mate os bugios. Eles não transmitem febre amarela. A morte de grupos de animais sinaliza a possibilidade de que o vírus esteja presente na área
- Use repelente para afastar os mosquitos
Zona Urbana
Fora das áreas de mato, a doença é transmitida pelo mesmo mosquito da dengue, o Aedes Aegypti. os cuidados são os mesmos:
- Esvazie garrafas paradas e guarde-as com o gargalo virado para baixo
- Não deixe pneus em áreas descobertas, nem água acumulada em lajes ou calhas
- Limpe constantemente os pratos que acumulam água de vasos com plantas. Outra alternativa é recobrir com areia estes recipientes que tendem a ficar molhados
- Cubra bem tonéis, piscinas e caixas d'água
(Diário de S. Maria e RD Gaúcha, ZH, 23/01/2009)