A Esso Exploração Santos Brasileira, subsidiária da norte-americana Exxon Mobil Corp, informou na quarta-feira que notificou a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) sobre a descoberta de indícios de petróleo no bloco BM-S-22, na região pré-sal da bacia de Santos.
Batizado de Azulão-1, o primeiro poço feito no local continuará a ser perfurado e já existem planos de um segundo poço. A Exxon é a única empresa privada que opera um poço na região pré-sal da bacia de Santos.
"A perfuração deste poço (Azulão-1) continuará em andamento até que a meta de profundidade seja alcançada. Mantemos nossos planos de continuar a perfuração de mais um poço em seguida", afirmou a Esso em nota sem dar detalhes de volume.
O bloco BM-S-22 está localizado no mesmo conjunto de blocos onde a Petrobras fez relevantes descobertas como Tupi, Iara, Júpiter, Parati Caramba, Guará, Carioca e Bem-Te-Vi.
O bloco da Esso fica logo abaixo do bloco Carioca, onde o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, informou no ano passado existir reserva de 33 bilhões de barris de óleo equivalente, mais do que o dobro das reservas brasileiras atuais. Ao lado do bloco estão ainda Caramba e Bem-Te-Vi, também potenciais jazidas gigantes da commodity.
Segundo o analista Nelson Matos, do Banco do Brasil Investimentos, "as previsões são de que as reservas neste bloco (BM-S-22) sejam da mesma magnitude da encontrada na área de Tupi", disse em relatório nesta quarta-feira.
Operado pela Petrobras, assim como os demais blocos da região com exceção do bloco da Exxon, Tupi pode conter reservas entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo equivalente. Iara, segundo a Petrobras, teria entre 3 e 4 bilhões de boe.
O analista ressaltou no entanto que o poço descobridor Azulão-1 está situado em lâmina d'água de elevada profundidade, ou 2.223 metros, e o bloco é um dos mais afastados do litoral.
A região do pré-sal brasileira é uma faixa de 800 quilômetros que se estende nas águas ultraprofundas do Espírito Santo a Santa Catarina e pode colocar o Brasil entre os grandes produtores mundiais de petróleo.
Os custos para sua exploração são apontados por analistas como um obstáculo, apesar de o governo afirmar que a exploração é viável mesmo com o petróleo a preços baixos como os atuais.
(Por Denise Luna, Reuters, G1, 21/01/2009)