Redução da vantagem financeira sobre o álcool reduz vendas
As incertezas que rondam o cenário do Gás Natural Veicular (GNV) estão afetando diretamente o mercado de conversão de veículos em Santa Catarina. Com o preço na bomba já bem próximo ao do álcool e diante de especulação sobre futuros aumentos, o combustível está atraindo menos adeptos. No Estado, nos últimos três meses, segundo a Associação Catarinense de Gás Natural Veicular (ACGNV), pelo menos 10 oficinas que faziam a conversão fecharam as portas.
Para o presidente da ACGNV, Ivo Petras Konell, a queda média no faturamento das empresas foi de 50% neste período. Ele defende que somente a intervenção do governo para garantir uma redução no preço do GNV nas bombas poderá impedir que outras empresas encerrem as atividades. Por enquanto, a SCGás descarta qualquer redução.
O presidente do Sindicato dos postos de gasolina de Florianópolis, Alexandre Carioni, diz que hoje o álcool já é o combustível que mais vende nos postos da Capital, diante do crescente número de carros flex (bicombustíveis). O cenário, afirma, tem desestimulado o investimento em novos postos de GNV na região.
Entre as empresas de conversão da Capital, onde o serviço fica na média de R$ 2,5 mil, o momento é de pouco otimismo. Proprietário da Mecânica 2.0, Antônio Adelar Batista de Souza, diz que a média mensal de conversões em 2008 era de 20 carros, mas em dezembro foram atendidos apenas quatro clientes. Ele reclama da presença de oficinas não certificadas no mercado, que proporcionam serviços de conversão com qualidade questionável.
— São trabalhos que, diante dos problemas que provocam, acabam afastando novos clientes do mercado — avalia.
(Por Alexandre Lenzi, Diário Catarinense, 21/01/2009)