Organizações indígenas e sociais do Equador concluíram nessa terça-feira (20/01) uma greve nacional promovida contra a nova Lei de Mineração. O protesto foi encerrado de forma pacífica, com o registro de conflitos isolados, que deixaram seis feridos. A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), principal promotora da mobilização, bloqueou diversas vias próximas à serra nas primeiras horas da manhã de ontem. Policiais agiram contra os bloqueios retirando os manifestantes dos locais.
Os incidentes ocorreram quando agentes desbloquearam as vias com o uso da força em alguns pontos do país. Cerca de dez pessoas foram presas e seis ficaram feridas, segundo informou o ministro do Interior, Fernando Bustamante, que também ressaltou que os demais protestos ocorreram de forma pacífica. "Os manifestantes atuaram dentro do plano esperado e como prometido", disse. Em Quito, opositores à nova lei se reuniram no Parque de El Arbolito, tradicional ponto de mobilizações sociais.
Para o presidente da Conaie, Marlon Santi, a ação repressiva policial impediu o desenvolvimento da manifestação e uma maior abrangência no país. O governo garantiu ontem que respeitaria a "resistência pacífica" dos opositores, mas ameaçou punir os manifestantes que bloqueavam as estradas do país.
Aprovada parcialmente pelo presidente na última segunda-feira, a nova lei -- que prevê o aumento da participação do Estado e das comunidades no negócio mineiro e cria uma empresa mineira estatal, um órgão de controle das atividades do setor e outro de pesquisa -- depende agora da promulgação do Legislativo. Ecologistas, sindicalistas e indígenas condenam a nova norma denunciando que esta permitirá a mineração em grande escala no país, beneficiando as multinacionais e prejudicando o meio ambiente.
(Ansa, DCI, 20/01/2009)