Novo presidente americano, em Washington, pode definir o futuro climático do planeta. O destino do clima global começa a ser desenhado muito antes da próxima reunião da ONU sobre mudanças climáticas, marcada para dezembro em Copenhagen. O desafio de enfrentar o aquecimento global e os seus piores efeitos sobre o planeta tem início com a posse de Barack Obama como 44o. presidente dos Estados Unidos.
"A gestão Obama será julgada não sobre os fracassos do passado, mas sobre os desafios do presente e do futuro", afirma Mike clark, diretor-executivo interino do Grenpeace Estados Unidos. "A histórica posse de Obama inicia um momento de grande potencial para todos nós", diz Clark.
O futuro do clima será decidido durante o primeiro ano da administração Obama. Depois dos poucos avanços obtidos durante a 14ª Conferência da ONU sobre Clima, realizada em dezembro de 2008 em Poznan, na Polônia, nos resta recuperar o tempo perdido para a próxima reunião, de Copenhagen, e os Estados Unidos têm papel fundamental no sucesso das negociações que resultarão na sucessão do Protocolo de Kyoto, a partir de 2012.
"Ainda temos tempo para escapar dos piores efeitos do aquecimento global. Temos a habilidade para tanto. O que não tivemos até agora foi a vontade política", avalia Clark.
A expectativa sobre o direcionamento que o novo presidente americano dará às políticas de seu governo para enfrentar as mudanças climáticas é grande em todo o planeta. Para Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace Brasil, o mundo está carente de chefes de estado que demonstrem responsabilidade e liderança para salvar o planeta "de um desafio maior e mais longo que a crise econômica".
"Esperamos que o presidente Obama transforme seu discurso eleitoral em ações concretas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa nos EUA e apoiar um novo acordo global em Copenhagen para combater o aquecimento global", diz Furtado. Barack Obama se comprometeu, ao longo da campanha eleitoral americana, em tornar a ciência a base da política ambiental de seu país. E o consenso científico afirma que temos que cortar as emissões dos gases do efeito estufa em até 40% até 2020 para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas.
"Para isso, temos que promover o desmatamento zero nas florestas, gerar energia limpa e empregos verdes, proteger nossos oceanos, além de eliminar o uso de carvão, petróleo e outros combustíveis fósseis. Agora é a hora de Obama provar seu slogan: "Sim, nós podemos". É agora ou agora", afirma Furtado.
Urso polar sem-lar dá o seu recado em Washington D.C., pedindo mais gelo e menos petróleo. A atividade do Greenpeace, para lembrar o degelo do Pólo Norte causado pelo aquecimento global, contou com a participação do artista Mark Jenkins.
(Portal Maratimba, 20/01/2009)