Iniciou-se nesta segunda-feira (19/01) o levantamento do que sobrou de florestas na região de Concórdia, Chapecó e Anita Garibaldi. Os trabalhos de campo realizados por três equipes compostas por um biólogo, um engenheiro florestal, um bolsista, um escalador e dois ajudantes fazem parte de um estudo que abrange todo o território catarinense, o Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC).
“Nós começamos em 2007, mas só podemos trabalhar no verão porque a identificação de muitas espécies só é possível quando há frutos ou flores, e isso acontece até março com a maioria delas”, explica o professor Alexander C. Vibrans, coordenador desta etapa do inventário.
Árvores como pau-marfim, angico e “açoita cavalo” eram bem mais abundantes na região do Alto Uruguai, mas várias foram derrubadas para dar lugar a cultivos. “Já notamos que a cobertura florestal naquela área é pequena e fragmentada, mas só depois do inventário vamos saber a distribuição e frequência de cada espécie”, explica Vibrans, da Universidade Regional de Blumenau (FURB).
Também participam do projeto a Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural (SAR), a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI). O projeto é financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica de Santa Catarina (Fapesc)
Até maio deve ser inventariado todo oeste catarinense. Nesta região, donos de terras podem identificar as equipes do Inventário Florístico pelos uniformes dos pesquisadores e pelas Kombis que contem adesivos das instituições envolvidas. Uma vez feita a coleta dos dados – sem cortar nenhuma árvore – todos os dados resultantes serão tratados de forma anônima, sem menção ao terreno ou ao seu proprietário, que nem precisa dar o nome.
O projeto abrange, além do inventário dos recursos florestais, o levantamento florístico das florestas catarinenses, isto é, da diversidade de todas as plantas vasculares nelas existentes, além da integração dos dados de todos os herbários do estado.O trabalho está previsto para terminar no próximo ano.
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Para falar com Alexander C. Vibrans, ligue para 0 __ 47 91 77 26 71
(Por Heloisa Dallanhol, Jornalismo Científico da Fapesc, 21/01/2009)