Ao fazer um balanço sobre os 25 anos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a coordenadora nacional do movimento, Marina dos Santos, apontou hoje a modernização da agricultura como um dos obstáculos ao processo de reforma agrária. - Antes, a reforma agrária enfrentava apenas o latifúndio, que concentrava a terra de forma atrasada e arcaica. Hoje a modernização, através das empresas transnacionais e do agronegócio, se apropria dos bens naturais, e isso impede o processo de reforma agrária - disse Marina.
Em Sarandi, a 333 quilômetros de Porto Alegre, 1.300 delegados de 24 estados brasileiros abriram hoje o Encontro Nacional dos 25 anos do MST. O encontro, que vai até sábado, está sendo realizado na antiga Fazenda Annonni, palco da primeira grande ocupação do movimento no Rio Grande do Sul, em 1985.
Segundo Marina, desde então, houve muitos avanços e os objetivos de luta foram mantidos, mas ainda há muito trabalho a ser feito, principalmente na realidade nacional, em que 1% dos proprietários detém 46% das terras agricultáveis no país.
- Durante 25 anos, cerca de 350 mil famílias foram assentadas no país em 7 milhões de hectares de terra. Outras 100 mil famílias estão acampadas e continuam na luta pela reforma agrária - informou a líder do MST.
Marina criticou a atuação do governo federal, afirmando que, no ano passado, foram assentadas apenas 20 mil famílias, o que considerou um dos piores desempenhos da União nos últimos tempos.
(Agênicia Brasil, Jornal do Brasil Online, 20/01/2009)