“Requião parece que também perdeu a memória”, reagiu o deputado estadual pelo Paraná Valdir Rossoni, presidente do PSDB do Paraná, sobre as acusações feitas nesta terça-feira (20/01) pelo governador na “Escolinha” pela falta de dragagem do Canal da Galheta, porta de entrada do Porto de Paranaguá. Fez isso ao anunciar a dragagem de emergência que ali será realizada. “Requião assumiu seu segundo governo em 2003. Nomeou como superintendente dos portos do Paraná o irmão, Eduardo, um psiquiatra sem qualquer experiência administrativa em portos”.
Rossoni lembra que neste tempo todo, o superintendente não fez a lição básica de dragar regularmente o canal. Enquanto o irmão alardeava em propaganda que Paranaguá era um dos portos mais eficientes do mundo, a Marinha informava que, em pouco tempo, corria-se o risco de a entrada de navios ser proibida, sem falar na possibilidade de ocorrer um acidente. “Em abril do ano passado, entrei com uma ação para obrigar que a dragagem seja feita corretamente, dentro dos padrões técnicos e ambientais. Agora o governador tenta me responsabilizar, porque essa é sua prática: ele culpa alguém para encobrir seus erros e de sua família”, disse o deputado. "Nunca fui contra a dragagem. Ninguém de juízo normal pode ser. Sou contra a mutreta, a incompetência, a inoperância, o descaso com a coisa pública, que é o que acontece no Porto desde 2003”.
O deputado citou os casos do nepotismo, das tevês laranja e do terminal do álcool que, segundo Requião, parecem ser frutos de uma conspiração contra o seu governo, sempre incensadas pela “imprensa canalha”. “De tanto usar essa tática, ninguém mais acredita no que ele fala. Este tipo de ataque só reforça a idéia de que ele vive em outros mundos”, Rossoni.
O presidente do PSDB acha hilário, por exemplo, que Requião tente atacá-lo exatamente no momento em que transforma o escritório de representação do Paraná em Brasília em secretaria e nomeia o mesmo mano Eduardo, que, por causa da lei do nepotismo, teve de abandonar o abandonado porto, foi nomeado secretário de Transportes e nunca assumiu, e agora ganha como “prêmio” o posto na capital federal. “Por que tanta proteção?”, pergunta o deputado.
A briga de Requião para nomear o outro irmão, Mauricio Requião, conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná, também foi lembrada por Rossoni. O governador trombeteava que o irmão mais novo era o melhor secretário de Educação do Brasil. Estranhamente, enfiou-o goela abaixo da população no TC três anos antes do fim do governo. Por coincidência é ali que são julgadas as contas do Governo do Estado – e o fato de haver impedimento da participação de parentes na análise a influência entre os sete conselheiros. “Talvez isso deixe o governador menos preocupado.”
(Por Sonia Maschke e Jaime Santorsula Martins, AL-PR, 20/01/2009)