Nem todos fixam residência no Litoral Norte exclusivamente com a intenção de fugir do movimento dos grandes centros urbanos. Há quem decida morar na orla em busca da realização profissional. Foi com esse objetivo que a empresária Ariana Zimmer trocou São Leopoldo por Imbé, onde administra uma empresa familiar fundada em julho de 1995. Ela é pioneira na criação de rãs em cativeiro para consumo humano. A criadora recorda que, em 1998, produzia 100 quilos de carne ao mês. A meta é, a partir de fevereiro, saltar da produção de 500 quilos/mês para 1 tonelada/mês. 'Estamos finalizando as obras de ampliação dos viveiros e, em curto espaço de tempo, conquistaremos novos clientes no mercado gaúcho', projetou Ariana.
As expectativas são alicerçadas na produção das 124 matrizes, entre machos e fêmeas, que reproduzem apenas nos meses de calor. 'Precisamos garantir milhares de girinos para atendermos às demandas na baixa temporada.' Atualmente, Ariana dispõe de 60 mil girinos e 20 mil rãs na engorda. Os animais são abatidos com três meses de vida, quando atingem o peso médio de 280 gramas. As matrizes, porém, chegam a pesar 1,5 kg e são tratadas com regalias. Todas têm nome e 'as preferidas' recebem carinho especial de Ariana, que, não raras vezes, é avistada passeando com as 'gorduchas' amparadas sobre o peito. A ranicultora lamenta que o preconceito contra esse tipo de carne ainda seja grande. 'Os consumidores, aos poucos, vão compreendendo que a carne de rã possui poucas calorias, baixo teor de gorduras e é rica em proteínas', explicou.
Adriana ressaltou que esses animais não gostam de sujeira, acrescentando que as primeiras matrizes foram importadas do Canadá, onde a carne é consumida em larga escala e utilizada no preparo de vários cardápios. A Ranasul comercializa as coxas ou a rã inteira, de acordo com a preferência dos clientes. Os produtos são embalados à vácuo e em condições de consumo imediato.
Ranário abate dois mil animais ao mês
A Ranasul abastece uma rede de supermercados do Estado, três bancas do Mercado Público de Porto Alegre, além de açougues e restaurantes da Capital, Pelotas, Erechim e Passo Fundo. Com o aumento da produção, pretende conquistar novos mercados em municípios considerados estratégicos no RS. O abate de até 2 mil rãs por mês é acompanhado por um fiscal da Cispoa, da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento.
Selo de inspeção garante novos mercados
No segundo semestre deste ano, a Ranasul passará a contar com o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), ficando apta a conquistar novos mercados nos demais estados brasileiros e nos países do Mercosul. Interessados em conhecer o ranário, localizado no município de Imbé, e adquirir produtos podem agendar visitas pelo telefone (51) 3627-1517 ou aprofundar conhecimentos sobre a ranicultura no site www.ranasul.com.br.
(CP, 21/01/2009)