Os Açores poderão ter em 2018 entre 75 e 80 por cento da sua electricidade fornecida por energias renováveis, admitiu hoje o director do MIT Portugal. A conquista é fruto da aplicação do projecto "Green Island". "A convicção é que podemos rapidamente até 2018 tentar transformar os Açores numa região que tenha pelo menos 75 a 80 por cento da sua electricidade fornecida por recursos renováveis", afirmou Paulo Ferrão.
Após uma audiência com o presidente do Governo açoriano, em Ponta Delgada, o director do MIT Portugal sublinhou que o encontro permitiu alinhar as estratégias que têm vindo a ser discutidas no último ano. Segundo Paulo Ferrão, o projecto deverá tornar os Açores "mais sustentáveis", esperando que sejam consolidadas um conjunto de modificações, que tornem o arquipélago "alvo de atenção internacional".
"Os Açores dão cartas em termos de penetração das energias renováveis, mas queremos mais. Para isso temos que sair do sector eléctrico e passar para o sector dos transportes e para a casa das pessoas", frisou. De acordo com Paulo Ferrão, não se tratam apenas de transformações tecnológicas, mas também sociais, referindo-se em concreto à introdução de carros eléctricos e de novas soluções energéticas para edifícios.
"Não se muda de um dia para o outro parque automóvel de uma região como os Açores, mas gostávamos de contribuir para que a penetração das renováveis em termos de energia primária triplique até 2018", disse. Para o presidente do Governo açoriano trata-se de uma iniciativa de "grande alcance estratégico" e de "grande prestígio" para o arquipélago.
"O sucesso deste projecto e um envolvimento de uma instituição internacional prestigiada como o MIT também contribuem para a notoriedade da nossa região", afirmou Carlos César garantindo que o seu Executivo está empenhado no projecto e vai "estimular" parcerias. A Universidade dos Açores e a Eléctrica açoriana (EDA) são duas das empresas regionais que poderão integrar o projecto.
(Ecosfera, 21/01/2009)