A Quercus entrega amanhã para reciclagem as primeiras 12 toneladas de rolhas de cortiça recolhidas no âmbito do projecto Green Cork, iniciativa que inaugurará a primeira instalação mundial de reciclagem de resíduos de cortiça, no Norte do país.
Um total de 12 toneladas de rolhas de cortiça vão ser entregues pela associação ambientalista Quercus nas instalações da Corticeira Amorim, em Mozelo, Santa Maria da Feira, onde a partir de amanhã passará a “funcionar a primeira unidade licenciada para reciclagem de cortiça, a nível mundial”, disse à agência Lusa o presidente da Quercus, Hélder Spínola.
O responsável explicou que o projecto Green Cork começou em Junho do ano passado, com a colocação de contentores para a recolha de rolhas de cortiça – 'O Rolhinhas' – nos hipermercados Continente, tendo depois sido alargado para alguns hotéis, restaurantes, bares e centros comerciais.
Hélder Spínola lembrou que, graças à iniciativa, as rolhas de cortiça poderão ser “utilizadas para o fabrico de outros produtos aglomerados, como isolamentos, juntas de dilatação, pavimentos, revestimentos”, entre outros.
Além de ser o primeiro programa de reciclagem que “permite financiar programas de recuperação e conservação da natureza” e a “optimização dos circuitos pré-existentes dos parceiros do projecto”, também possibilita que todas as verbas sejam “aplicadas na reflorestação das florestas com árvores autóctones, entre as quais o sobreiro”, referiu.
Projecto-piloto em Portugal
“É pago um valor pelas rolhas. Nós pegamos nesse dinheiro e aproveitamo-lo para financiar parte do programa Criar Bosques, Conservar a Biodiversidade, e na gestão de habitats onde existem espécies importantes e que necessitam de actividades de conservação”, precisou Hélder Spínola.
O dirigente da Quercus sublinhou o “grau de inovação” da campanha, lembrando que até agora todas as verbas obtidas nas iniciativas de recolha para reciclagem no país “eram aplicadas no próprio sistema de reciclagem”. Segundo Hélder Spínola, este programa funcionará como projecto-piloto em Portugal e “posteriormente será alargado a outros países da União Europeia”.
O responsável adiantou que a Quercus também já entrou em contacto com as direcções regionais de educação para que o programa possa vir a ser desenvolvido nas escolas portuguesas. “Esperamos que as escolas adiram à iniciativa, porque são sempre espaços com grande importância pedagógica, onde os alunos e professores podem trazer as rolhas de casa”, afirmou.
(Lusa, Ecosfera, 21/01/2009)