A formação de uma ampla base de dados e a criação de um grupo de trabalho que identifique fontes de financiamento para os projetos serão as próximas ações do Grupo Técnico Científico (GTC) instituído pelo governo do Estado para trabalhar na avaliação de catástrofes naturais em Santa Catarina. Reunidos nesta quinta-feira (15/01) nas dependências da Epagri/Ciram, em Florianópolis, os membros do grupo decidiram organizar sua atuação a partir de ações estruturantes que permitam planejar e adequar os passos futuros na direção de um trabalho permanente que estude e reduza o impacto de enchentes, inundações, ciclones, tornados, ressacas, estiagens e mudanças climáticas no Estado.
Uma das metas mais urgentes é a aquisição de um radar meteorológico e de estações que ajudem a prever a ocorrência desses sinistros em território catarinense. O governador Luiz Henrique da Silveira já solicitou ao ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, a instalação do radar, que custa cerca de US$ 2 milhões e pode acompanhar a formação e deslocamento de temporais com raio de alcance de 200 a 400 quilômetros. Situado no Planalto Sul catarinense, ele atenderia também o litoral gaúcho, o nordeste do Rio Grande do Sul e a Grande Porto Alegre.
Nesta primeira etapa, é intenção do GTC – subgrupo do Grupo de Reação criado pelo decreto nº 1.940, de dezembro passado – cuidar de outros aspectos estruturais, como convênios com instituições científicas e universitárias e o estudo de questões jurídicas que viabilizem a realização de contratos com agentes públicos e privados que possam financiar programas de prevenção de catástrofes em Santa Catarina. Na fase seguinte, serão realizados levantamentos e diagnósticos e a análise de projetos específicos, contemplando o desassoreamento de rios e critérios para a construção de moradias e de estradas vicinais em regiões sujeitas a enchentes no Estado.
Por fim, o grupo pretende envolver a comunidade acadêmica em projetos de pesquisa e buscar a adoção de políticas públicas preventivas, que ajudem a evitar perdas humanas e materiais como as que ocorreram em novembro de 2008, especialmente no Vale e na Foz do Rio Itajaí. A essa altura, o GTC pretende estar preparado para dar informações à Defesa Civil e fornecer subsídios às autoridades estaduais e municipais em relação ao planejamento urbano e ao próprio Código Ambiental, em análise na Assembléia Legislativa, para reduzir o impacto de futuras intempéries de grande porte em Santa Catarina.
De acordo com o coordenador do Grupo Técnico Científico, Antônio Diomário de Queiroz, nos próximos 180 dias serão realizadas as ações mais imediatas, seguidas por medidas de médio e longo prazos e por ações permanentes, que ajudem na formulação de políticas públicas na área da prevenção. Presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado (Fapesc), ele afirma que “as comunidades acadêmica e científica serão muito úteis na formulação de projetos técnico-científicos que mostrem as causas e as soluções para os problemas climáticos de Santa Catarina”.
A coordenação técnica do GTC coube a Zenório Piana, também da Fapesc, e a Hugo José Braga, da Epagri/Ciram. Compõem ainda o grupo representantes da Secretaria de Desenvolvimento Social do governo do Estado, do CREA/SC e de universidades como a UFSC, a Udesc, a Furb, a Unisul, a Uniplac e a Univille. A próxima reunião está marcada para o dia 6 de fevereiro, quando serão definidos os projetos prioritários em diversos eixos de ação na prevenção de catástrofes no Estado.
Mais informações com o professor Antônio Diomário de Queiroz no fone 9963-2200.
(Por Paulo Clóvis Schmitz, Agecom UFSC, 16/01/2009)