Para cooperativa, preço do papelão não compensa gastos com transporte.
Crise também faz cair movimentos de ferro-velhos.
O setor de reciclagem também está sofrendo com a queda na produção industrial brasileira. O valor do material reaproveitado está em queda. Em várias cidades brasileiras, a cena se repete: o lixo reaproveitável se acumula dentro de casa e nas calçadas. O material está desvalorizado.
"As condições estão terríveis", afirma a catadora de papel Patrícia de Sene. "Se permanecerem desse jeito fica mais complicado ainda, porque o que mais se movimenta (na área) é o papel", diz ela.
Isso porque o preço do papelão caiu pela metade. Os catadores conseguem em média R$ 0,06 pelo quilo. Para as cooperativas, isso não dá nem para cobrir os custos com o transporte. "O custo do combustível acaba sendo mais alto que o valor dos material", explica Rita Gonçalves, coordenadora de uma cooperativa.
Os catadores reclamam que as indústrias de papelão comparam menos e pagem menos, porque as encomendas de embalagem também diminuíram.
Sucata em crise
O preço da sucata em queda traz reflexos também para quem tem ferro-velho. Em Sorocaba (SP), muitos fecharam as portas porque não conseguem vender a mercadoria. "Não estão querendo nem de graça", diz Sérgio Fauro, dono de um ferro-velho local. "Âgora não está compensando", afirma.
O dono de uma fábrica que prepara a sucata para as siderúrgicas vai dar férias coletivas para 280 funcionários. "Em 30 e poucios anos que estamos no ramo, é a primeira vez que acontece uma coisa dessas", garante Oscar Marchetti Filho, diretor da empresa. "Nunca vimos uma siderúrgica fechar as portas para o recebimento de sucata", garante.
(G1, 19/01/2009)