Do dia 27 de janeiro a 1° de fevereiro, as Universidades Federal Rural da Amazônia (UFRA) e a Federal do Pará (UFPA), em Belém (Pará), serão as sedes dos debates em busca de um mundo melhor. Cerca de 85.500 pessoas, entre movimentos sociais, povos indígenas, grupos religiosos, sindicatos, organizações não-governamentais e ativistas de todo o mundo já estão inscritas na nona edição do Fórum Social Mundial (FSM).
O FSM é um espaço que se caracteriza pela pluralidade e diversidade. Pretende articular, de forma descentralizada e em rede, movimentos sociais, organizações e ativistas do mundo inteiro pela construção de um mundo mais justo, democrático e sem o predomínio do capitalismo e de qualquer forma de imperialismo.
A edição deste ano do FSM acontecerá na Pan-Amazônia, região formada por Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa. Ela é conhecida pela biodiversidade, além de ser uma área preservada pelos aspectos naturais e de se destacar pela luta dos movimentos sociais, organizações não-governamentais, sindicatos e sociedade civil que lutam pela preservação da região e por uma Amazônia sustentável, democrática e solidária.
Segundo Daltro Paiva, membro do Grupo Facilitador do Fórum e representante da Associação Brasileira de ONGs (Abong), há um forte apelo da Pan-Amazônia não só como espaço natural, mas também como um espaço de lutas sociais, econômicas e políticas.
A escolha do território Pan-Amazônico para sediar a nona edição do FSM foi realizada pelo Conselho Internacional do Fórum, que optou pela região em reconhecimento ao papel estratégico que a Pan-Amazônia possui para todo o mundo. O FSM 2009 Amazônia será guiado por três diretrizes estratégicas: ser efetivamente um espaço onde se constroem alianças que fortalecem propostas de ação e formulação de alternativas; ser hegemonizado pelas atividades autogestionadas e possuir um claro acento pan-amazônico.
Para dar mais visibilidade ao território Pan-Amazônico e voz aos povos que vivem na região, o segundo dia desta edição do FSM será inteiramente dedicado à temática pan-amazônica, com o tema: "500 anos de resistência, conquistas e perspectivas afro-indígena e popular". Segundo Daltro, a idéia é que a Amazônia não seja apenas o cenário do Fórum, mas também uma protagonista. Para ele, a intenção é garantir visibilidade às lutas locais e criar um espaço de articulação entre os movimentos pan-amazônicos e os de outras regiões do mundo.
O Dia da Pan-Amazônia fará parte da quinta edição do Fórum Social Pan-Amazônico (FSPA) e será constituído de apresentação dos resultados dos Encontros Sem-Fronteira, programação cultural, confirmação e celebração de alianças que serão realizados na Casa da Pan-Amazônia, um espaço de encontros e convergências no interior do território do FSM. De acordo com Daltro, o Dia da Pan-Amazônia "será o momento de diálogo multicultural entre os povos da Amazônia e de outras regiões". Ele explica que, nesse dia, haverá apresentações dos movimentos de diferentes regiões relatando as lutas e conquistas em busca de um mundo melhor.
Além das atividades destinadas ao Dia da Pan-Amazônia, o Fórum também contará com a Marcha de Abertura, que marca o início do FSM, as atividades autogestionadas, e o Dia de Alianças, que acontecerá no último dia com atividades descentralizadas e autogestionadas nas quais serão apresentados acordos e alianças construídas nos seis dias de Fórum.
Contato: (91) 3230.2285
As matérias do projeto "Ações pela Vida" são produzidas com o apoio do Fundo Nacional de Solidariedade da CF 2008.
(Adital, 20/01/2009)