As boas relações do MST com o governo Lula chegaram ao fim. Aliado histórico do PT, o Movimento dos Sem-Terra classificou ontem o presidente como 'amigo dos inimigos'. O governo não foi convidado para a festa de 25 anos que realizará no próximo sábado, em Sarandi, no interior do Estado. É a primeira vez que o governo é excluído de um evento do MST. Foram convidados políticos, como os governadores do Paraná, Roberto Requião, do Maranhão, Jackson Lago, e da Bahia, Jaques Wagner.
O MST anunciou ainda que atuará na campanha 'O Petróleo é Nosso', para impedir qualquer tentativa de privatização do petróleo brasileiro. Os sem-terra já se articularam com os petroleiros e anunciaram estar prontos para ocupar refinarias. Eles organizam uma frente nacional única em defesa do petróleo, segundo João Paulo Rodrigues, da liderança nacional do MST.
'Na nossa carteira de identidade não está escrito que somos camponeses sem terra e só vamos lutar pela terra. Afirmamos desde a fundação: nosso objetivo é terra, reforma agrária e melhoria da sociedade brasileira', assegurou Rodrigues. Ele afirma que há uma descoberta de petróleo em enorme quantidade no país e que já está sendo disputado por transnacionais e governos. 'Não vamos deixar que o petróleo seja privatizado. Entendemos que o petróleo poderá financiar as políticas públicas: educação, saúde e reforma agrária. No entanto, precisa estar sob o controle do Estado. Ou vão se apossar do petróleo como já fizeram com a Petrobras?', indagou ele.
(CP, 19/01/2009)