Classificado como município infestado pela dengue, Canoas iniciou o ano sem profissionais de saúde para combater a proliferação do mosquito transmissor da doença - o Aedes aegypti. A quebra na rotina dos trabalhos de prevenção, que devem durar o ano todo, é um fator que preocupa o Estado, pois o verão é a estação mais propícia para uma epidemia. De acordo com a Prefeitura, hoje será votado na sessão extraordinária da Câmara de Vereadores o projeto de lei para contratação emergencial de 100 agentes de combate, um biólogo e 10 supervisores. O edital deve ser publicado logo após a aprovação do projeto, e a expectativa da Secretaria da Saúde é que isso aconteça amanhã.
A previsão da vice-prefeita e secretária da Saúde, Beth Colombo, é de que no dia 3 de fevereiro os selecionados sejam chamados ao trabalho. Até lá, moradores da cidade como a técnica de enfermagem Shana Merine Fernandes, 27 anos, seguem preocupados com a possibilidade de uma proliferação do Aedes aegypti. A cidade já é considerada município infestado, desde abril, quando foram encontrados uma larva do mosquito no bairro Rio Branco e outro adulto no Fátima. “Em dois meses equipes da Prefeitura estiveram duas vezes aqui na minha casa para dar esclarecimentos sobre o mosquito. Mas tem uma área grande aqui no bairro (rua Edgard Fritz Müller com Santa Clara e Don João Becker) que o mato é muito grande e não é feita uma limpeza há anos”, conta a moradora do Rio Branco.
SeleçãoConforme Beth, os interessados em participar da seleção para os cargos de agente de combate, agente, supervisor de campo e supervisor geral devem ter o Ensino Fundamental, e curso superior, conforme a função, mas isto ainda está sendo definido. Ela adianta que os candidatos serão submetidos a uma entrevista e prova. Quem quiser conquistar uma vaga deve ficar atento ao prazo de inscrição, que será curto. Os salários variam de R$ 700 para agentes, R$ 810 para supervisor de campo e R$ 2 mil para supervisor-geral. “O edital sai no dia 21 (amanhã). Haverá dois dias de inscrições, mais um para a aplicação da prova e outros dois para recursos. Até o dia 3 de fevereiro queremos ter todo o processo completo”, informa Beth.
Para a bióloga do Centro Estadual de Vigilância da Saúde Carmem Gomes, essa interrupção no início do ano no trabalho de prevenção ao mosquito da dengue é um problema enfrentado em todos as cidades gaúchas devido à troca nas administrações municipais. “Como não são profissionais concursados, quando o contrato termina o trabalho fica interrompido durante novo processo seletivo.”
(Por Lílian Patrícia,
Diário de Canoas, 20/01/2009)