A comunidade científica fez novos alertas sobre as conseqüências do aquecimento global. Um estudo publicado na revista “Sciense” estima que metade da população mundial pode sofrer com a falta de comida até 2100. Segundo o artigo, no final deste século, há probabilidade de mais de 90% de as regiões tropicais e subtropicais conviverem com temperaturas mais altas do que os recordes de calor do século 20. Nestas regiões vivem cerca de três bilhões de pessoas.
Os autores citam catástrofes históricas que podem voltar a ocorrer como os recordes de calor na Europa Ocidental ocorridos em 2003, quando 52 mil pessoas morreram. Na época, a temperatura média na França foi quase 4ºC mais alta.
Segundo um dos autores do estudo, David Battisti, da Universidade de Washington, o fenômeno pode afetar o abastecimento de água no mundo e comprometer até 40% dos alimentos cultivados no planeta. Os autores chamam a atenção para que a agricultura – nos moldes como é feita hoje - seja repensada, assim como o modelo de desenvolvimento existente no mundo, fortemente fincado no consumo.
No Brasil, os pesquisadores da Embrapa afirmam que o aquecimento global deve afetar mais fortemente os cultivos de soja, café, de girassol, milho, algodão, arroz e feijão. Somente a cana-de-açúcar será beneficiada com o processo e poderá ter sua área expandida em 140%.
(Agência Brasil, Revista Globo Rural, 19/01/2009)