Pesquisadores da UFRGS lideraram a primeira expedição brasileira que foi ao interior do continente geladoÀs 19h05min de ontem, quatro pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) aterrissaram na Capital colocando fim a uma expedição histórica na Antártica.
As amostras de gelo, de ar e de rochas coletadas pelo grupo poderão ajudar a entender o impacto que a ação do homem está gerando na atmosfera nos últimos 250 anos.
Uma faixa levantada por amigos e familiares recepcionou os pesquisadores no saguão do Aeroporto Internacional Salgado Filho. Nela, agradeciam os integrantes da Expedição Deserto de Cristal, nome que faz referência à paisagem encontrada na Antártica. Ao todo, foram 44 dias no continente, convivendo com temperaturas que variaram entre -25°C e -40°C. Nesse período, ninguém tomou banho, e a higiene foi com lenços úmidos.
– Tivemos um atraso de 11 dias na volta. As condições climáticas para que o avião decolasse de lá não estavam boas. Se ficássemos mais alguns dias, teríamos de começar a racionar a comida – disse o glaciólogo Jefferson Simões, pesquisador e professor da UFRGS que liderou o projeto.
Segundo o Núcleo de Pesquisas Antárticas e Climáticas da UFRGS, nos últimos 25 anos as expedições brasileiras ficaram nas ilhas e na costa. Desta vez, sob comando gaúcho, avançaram com a missão de coletar amostras de gelo, ar e rochas. O material foi enviado para a Universidade do Maine (EUA), onde parte será analisada. O resto irá para o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera, a ser instalado no Instituto de Geociências da UFRGS neste ano.
(ZH, 19/01/2009)