O primeiro caso de febre amarela no Vale do Rio Pardo pode ser de Candelária. Uma adolescente de 14 anos morreu na última sexta-feira no Hospital Santa Cruz (HSC), com sintomas semelhantes ao da doença que já causou duas mortes no Rio Grande do Sul.
A menina havia sido transferida para Santa Cruz com febre hemorrágica, que pode ser sintoma tanto para leptospirose, hantavírus ou febre amarela. Entretanto, nas avaliações os médicos consideraram que a situação era mais grave e, como já foram registrados casos semelhantes no Estado, optaram por notificar a Secretaria Estadual de Saúde.
Segundo o médico infectologista e coordenador do Núcleo Epidemiológico Hospitalar do HSC, Marcelo Carneiro, a garota apresentou sintomas parecidos aos verificados nas demais ocorrências de febre amarela. A suspeita inicial, no entanto, era de leptospirose. O quadro se agravou e ela faleceu na tarde de sexta-feira.
Exames foram solicitados para identificar a real causa do óbito. Houve encaminhamento de amostras a um laboratório do Pará, onde existem centros especializados em diagnóstico de febre amarela, e a previsão é de que o laudo chegue em uma semana.
De acordo com o médico, a paciente não havia tido contato com as áreas de risco. Ele salienta, no entanto, que se houver resultado positivo nos exames haverá necessidade de cuidados mais especiais. “Mesmo com essa suspeita, não há motivos para pânico. Se realmente se confirmar, vão ser necessárias providências em Candelária, onde morava a vítima”, explicou.
Hoje à tarde haverá um treinamento sobre a doença para os funcionários do HSC no qual serão repassados esclarecimentos sobre como agir, caso ocorra contaminação.
Vacinas
A secretária da Saúde de Santa Cruz, Leni Weigelt, ressaltou que vai ser necessário aguardar os laudos para definir alguma ação mais abrangente. Contudo, frisou que a aplicação de vacinas continua sendo feita junto ao Centro de Atendimento Materno-Infantil (Cemai) naquelas pessoas que vão viajar para as áreas de risco. O estoque de doses foi reforçado e os interessados podem procurar o serviço de segunda a sexta-feira. A vacina deve ser tomada pelo menos dez dias antes de se ter contato com as áreas contaminadas.
No Rio Grande do Sul os alertas quanto à febre amarela vem sendo reforçados. Até agora já foram confirmadas duas mortes e pelo menos 110 cidades foram consideradas de risco.
A região Centro-Serra também já começou a investigar algumas suspeitas. A morte de bugios nos municípios de Santo do Jacuí, Jacuizinho, Tunas e Estrela Velha teria 95% de chances de ter ocorrido por causa da doença.
(Gazeta do Sul, 19/01/2009)