O presidente eleito Barack Obama pretende, uma vez instalado na Casa Branca, terá um papel-chave no combate mundial contra o aquecimento climático e fazer com que o mundo esqueça a política de negação do problema promovida em oito anos de administração Bush. "O presidente Obama disse que os Estados Unidos devem exercer sua liderança no desenvolvimento e aplicação de uma resposta mundial e coordenada à mudança climática ", enfatizou Hillary Clinton, designada secretária de Estado, em uma audiência ante a comissão para Assuntos Exteriores do Sendao, que deve confirma-la no cargo.
"Obama será o líder "de uma resposta mundial e coordenada para lutar contra o aquecimento global", prometeu Hillary. Corroborando esta vontade, Obama nomeou em dezembro uam equipe de choque contra o aquecimento e a favor da promoção de energias limpas. Entre seus membros figura Steven Chu, prêmio Nobel de física e especialista do tema, para o cargo de secretário da Energia.
O senador John Kerry, novo presidente da comissão pasra Assuntos Externos do Senado, assinalou na audiência de Hillary que a "principal mensagem da recente conferência da ONU sobre o clima na Polônia é que a comunidade internacional espera um liderança americana no tema". "Mas a lição de Kyoto deve ser clara, ou seja, todos os países devem ser parte da solução ", acrescentou.
O Senado se negou a ratificar o Protocolo de Kyoto adotado em dezembro de 1997 e o presidente George W. Bush o rejeitou em 2001, alegando que seria desastroso para a economia dos Estados Unidos. "Acho que a futuro administração Obama deveria permitir que os dirigentes da minoria republicana tenham um papel-chave na elaboração de leis sobre o clima e energia", opina Michael Levi, um especialista do Council on Foreign Relations, um instituto de pesquisas privado.
"O senador Kerry, ainda que influente, não pode mobilizar sozinho os votos necessários para adoção do projeto de lei", explica Levi. Segundo Levi, as primeiras medidas concretas da administração Obama a favor do clima durante os 100 primeiros dias deverão constar do plano de reativação econômica do presidente.
Este plano de 800 bilhões de dólares incluirá medidas que visam a incrementar a produção de energias renováveis, melhorar o isolamento térmico dos imóveis e reformar o sistema de distribuição de eletricidade, sugere Levi.
"Também podemos esperar que os Estados Unidos abram negociações internacionais sobre a política energética, apesar de não haver urgência no Congresso por um projeto de lei que aplica um sistema de limites e de mercado de emissões de CO2, o chamado 'cap and trade', pelo menos nos próximos meses", explicou. "Tal projeto pode virar realidade até o fim do ano", prognosticou o especialista.
(AFP, 19/01/2009)