Ele será instalada no campus da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), oeste da Suíça, que tem laboratórios de pesquisa e desenvolvimento em energia solar.
O projeto é uma parceria com uma empresa de eletricidade e deverá produzir 2 milhões de quilowatt anuais a partir de 2011 e vai custar 20 milhões de francos suíços por ano.
O acordo foi anunciado quinta-feira (15) na forma de uma parceria público-privada entre a Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL) e a Romande Energie, uma empresa regional de produção e distribuição de energia da região oeste da Suíça.
O parque fotovoltaico custará 20 milhões de francos suíços e será instalado no teto dos edifícios do campus universitário da EPFL. Serão 6 mil m2 de painéis solares por ano até 2011. Quando estiver concluída, vai produzir 2 milhões de KW por ano.
Parte para pesquisa
Uma parte do parque solar será reservada à pesquisa dos vários laboratórios da EPFL ativos na área solar (integração arquitetônica de coletores, tecnologia de células solares coloridas, nanotecnologia, estocagem e distribuição de energia). A construção da área de pesquisa (2.000 m2) está prevista ainda este ano.
A Politécnica vai consumir um quarto da eletricidade produzida. Como exemplo, seria o suficiente para a iluminação pública do campus durante um ano. O restante será vendido aos clientes da empresa parceira, que vai financiar a totalidade do projeto. O total da energia elétrica produzida seria suficiente para abastecer 500 residências.
A Romande Energie pretende aumentar a produção de energia verde para chegar a 250 milhões de KW até 2020 ou 2025.
O projeto de 20 mil m2 equivale ao do parque solar de Mont-Soleil, no cantão de Berna. No entanto, por ser mais antigo, este produz menos energia. Atualmente, a maior usina fotovoltaica da Suíça está instalada no Estádio da Suíça, em Berna, cuja cobertura é revistida por 10 mil m2 de painéis solares.
Brevemente rentável
Apesar de ser um país frio e não muito ensolarado, os suíços pesquisam muito as energias renováveis, sobretudo a solar. Na própria Escola Politécnica de Lausanne (EPFL), vários laboratórios estão envolvidos no projeto de construção de um avião solar do aventureiro suíço Bertrand Piccard, que pretende dar a volta ao mundo dentro de alguns anos.
A Escola de Engenheiros de Bienne (oeste) trabalha em projetos de carros solares e seus protótipos já participaram de várias provas.
Um suíço terminou recentemente a volta ao mundo dirigindo um táxi movido a energia solar. Outro lançou um projeto de um submarino solar.
Como também são pragmáticos, os suíços pesquisam, mas também desenvolvem produtos. A divisão de energias renováveis da Oerlikon, sediada em Schwyz(centro do país), investe na tecnologia de painéis solares com finas camadas de silício.
O presidente da empresa, Uwe Krüger, afirma que a vantagem não será apenas ecológica, mas sobretudo econômica. "Depois de 20 anos de pesquisa, estamos em uma fase importante. Comparada à energia fóssil, a energia solar será rentável em 2010. Na Europa mediterrânea, essa paridade já existe."
A Oerlikon vende a tecnologia aos fabricantes de painéis solares e espera faturar 1 bilhão de francos este ano. Em plena crise, a empresa espera passar de 650 a 1.000 funcionários em 2009.
(Por Claudinê Gonçalves, Swissinfo, 16/01/2009)