O Governo britânico acabou de dar luz verde para a controversa construção de uma terceira pista no aeroporto de Heathrow, Londres, apesar da contestação dos ambientalistas. O ministro dos Transportes, Geoff Hoon, considerou que foram criadas as condições, nomeadamente ambientais, para dar autorização à construção da pista e a um sexto terminal, num custo que atingirá os dez mil milhões de euros.
Nos primeiros tempos, o número de voos autorizados nesta nova pista será apenas metade do que é apresentado na proposta inicial. Hoon anunciou que o Reino Unido vai fixar novos limites para as emissões de CO2 (dióxido de carbono) para a aviação que, em 2050, deverão ser inferiores às de 2005.
Além disso, o ministro anunciou a criação de uma empresa encarregada de estudar a possibilidade de uma linha de caminhos-de-ferro para ligar Londres à Escócia. A construção da terceira pista - pedida pelas empresas, companhias aéreas e grandes sindicatos - foi combatida até ao último momento por organizações ecologistas, residentes - uma localidade inteira terá de ser deitada abaixo - e a oposição, à qual se juntaram dezenas de deputados trabalhistas.
Os defensores consideram que esta obra é necessária para que o aeroporto funcione de forma mais eficiente e para responder à expansão do sector da aviação. Os opositores argumentam que esta pista vai aumentar o ruído e a poluição do ar e prejudicar a qualidade de vida das pessoas que vivem nas suas proximidades. Além disso, contribuirá para o aumento das emissões de gases com efeito de estufa e dificultará o cumprimento por Londres do Protocolo de Quioto.
Os Conservadores afirmam que, se ganharem as próximas eleições (em meados de 2010), vão abandonar a terceira pista e construir uma linha de comboio mais ambiciosa que ligue Londres às cidades do Norte. "Cancelaremos estes planos", afirmou Theresa Villiers, porta-voz do grupo de Transportes do partido, à BBC. Todos os anos passam por Heathrow 65 milhões de passageiros.
(Ecosfera, 16/01/2009)