No dia de hoje (ontem, 15/01), camponeses, organizações e entidades realizam uma paralisação agrária, convocada pela Junta Nacional de Usuários dos Distritos de Riego do Peru (JNUDRP). O motivo é pela derrogatória do Decreto Legislativo 1081, que busca privatizar a gestão da água e, segundo afirmam, faz parte do pacote de normas emitido para implementar o Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos.
Essa paralisação ocorre a poucos dias de terem sido divulgadas as imagens que evidenciam as torturas a que foram submetidos 29 moradores (27 homens e duas mulheres) de Ayabaca e Huancabamba, onde se localiza o projeto mineiro Rio Blanco, por efetivos da Polícia e pessoal de segurança da Mineradora Majaz no acampamento dessa empresa no ano de 2005.
Também nestes dias ficou evidenciada a incursão da empresa petroleira brasileira Petrobrás e Pluspetrol nas Reservas Murunahua e Kugapakori-Nahua, onde vivem povos indígenas em isolamento voluntário, fato que tem sido negado pelo Ministro do Ambiente, Antonio Brack.
Diante desses fatos, o Movimento Cúpula dos Povos manifesta seu apoio à paralisação agrária, exigindo a derrogatória de todo o pacote legislativo do TLC. "Duas normas foram derrogadas devido ao levantamento dos povos indígenas amazônicos em agosto passado, e o mesmo caminho seguiremos até conseguir a derrogatória dos 98 restantes", afirma.
(Adital, 15/01/2009)