Ao manter as três termelétricas em funcionamento, o Brasil deixa de economizarA decisão do governo de manter funcionando três usinas térmicas que usam o gás natural importado da Bolívia vai custar aos consumidores brasileiros R$ 26 milhões por semana. O cálculo é da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia (Abrace).
A Abrace criticou o recuo do governo que, na sexta-feira pela manhã, anunciou um corte na quantidade de gás importado da Bolívia e no mesmo dia, à tarde, depois de reunião com ministro boliviano, mudou de posição.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, o motivo está numa carta, enviada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico ao governo, na própria sexta-feira.
No documento, o ONS diz que três usinas termelétricas em São Paulo, no Paraná e no Rio Grande do Sul precisariam ficar ligadas para manter a segurança do sistema nas regiões Sul e Sudeste.
Para a associação, as razões que levaram o governo a rever a decisão não foram técnicas.
— Eles até construíram uma justificativa técnica, em função da fragilidade de algumas linhas, mas nós entendemos que essa justificativa passa um pouco do limite da razoabilidade. Nosso entender é que é uma decisão política de apoio ao governo de um país amigo — disse Ricardo Lima, presidente da Abrace.
O gás que o Brasil compra da Bolívia tem encargos. E esse custo é dividido por todos os brasileiros porque ele está embutido na conta de luz.
O ministro de Minas e Energia voltou a negar que o recuo do governo foi por pressão política. Para Edison Lobão, a despesa, neste momento, é inevitável e não prejudica o consumidor:
— O consumidor só será prejudicado se não houver energia farta e segura para ele. Neste caso, o que estamos fazendo é garantir a segurança para o consumidor.
(Informações são do Jornal Nacional,
Diário Catarinense, 14/01/2009)