O Paraná deverá colher na safra de verão 16,5 milhões de toneladas de grãos, entre feijão, soja e milho, uma redução de 5 milhões de toneladas em relação à estimava anterior do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura, de 21,6 milhões de toneladas. De acordo com o chefe interino do departamento, Otmar Hubner, essas perdas são irreversíveis.
Segundo ele, a estiagem registrada nos meses de novembro e dezembro deve reduzir a produção de feijão em 38,06% e a de milho, em 31,5%. Já as lavouras de soja devem ter perdas de 17%.
A projeção é que na safra de verão sejam colhidas 5,98 milhões de toneladas de milho, contra a estimativa anterior de 8,72 milhões de toneladas. A produção de soja, prevista inicialmente para chegar a 12,2 milhões de toneladas, deve cair para 10,15 milhões, e a de feijão, que poderia chegar a 610,3 mil toneladas, para 374,2 mil.
O Paraná é o primeiro produtor nacional de milho e feijão e o segundo no caso da soja. Otmar disse que, mesmo com essas perdas, o estado se mantém como o maior produtor nacional de grãos.
Diante deste cenário, a safrinha dessas três culturas, que começa ser plantada agora, ganha uma importância maior para o Paraná na recuperação dos prejuízos, avaliados no mês de dezembro em R$ 1,5 bilhão. Segundo Otmar, as perdas devem ser menores porque, se por um lado o agricultor colheu menos, por outro ele foi beneficiado pelo aumento dos preços dos produtos no mercado.
As fortes chuvas que atingiram o Paraná ontem não foram significativas para a agricultura. Um forte temporal atingiu as regiões oeste e sudoeste principalmente os municípios de Pato Branco, Dois Vizinhos, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão. "O déficit hídrico é tão grande que não se pode falar em prejuízos devido às chuvas, embora tenha lavouras de milho, soja e feijão nessas regiões", ponderou Otmar.
Para auxiliar o produtor, a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento criou uma comissão especial para acompanhar a comercialização da safra de verão e o encaminhamento dos pedidos de perícia. A Emater também trabalha em escala de plantão nas vistorias para permitir que os produtores se habilitem o mais rápido possível a receber os créditos agrícolas, como o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro).
(Agência Brasil,
Valor Online, 14/01/2009)