Açúcares, álcoois e ácidos graxos são materiais facilmente relacionáveis a áreas como nutrição e alimentação. Mas o Dr. Thore Rohwerder, da Universidade de Duisburg-Essen, na Alemanha, pretende colocar esses biomateriais na agenda da indústria de plásticos.
Plásticos biotecnológicos
Ele e sua equipe descobriram uma enzima que pode ser utilizada como um precursor biotecnológico - uma matéria-prima intermediária de origem biológica - para a fabricação do polimetil metacrilato, mais conhecido como acrílico.
Em comparação com os processos atuais adotados pela indústria química, a nova rota biotecnológica é muito mais ambientalmente benigna.
Descoberta revolucionária
A nova enzima, chamada mutase 2-hidroxi-isobutiril-CoA torna possível transformar uma estrutura linear de carbono C4 em uma estrutura precursora do acrílico. Hoje a indústria utiliza compostos derivados do petróleo.
Mas o aspecto realmente revolucionário da descoberta é que a nova enzima, integrada metabolicamente em microorganismos apropriados, pode também transformar açúcares e outros compostos naturais nesse composto intermediário necessário à produção do acrílico e outros tipos de plásticos.
Até hoje, a única forma de produzir esses compostos precursores era através de processos puramente químicos baseados em matérias-primas petroquímicas.
Planta piloto
Os pesquisadores esperam conquistar uma fatia de pelo menos 10 por cento da produção mundial de acrílico, estimado em 3 milhões de toneladas anuais.
Antes disso, porém, eles terão que adaptar o processo biotecnológico, levando-o do laboratório para a escala industrial. Uma planta piloto foi montada para essa tarefa, e o trabalho deverá estar concluído em cerca de três anos.
(Inovação Tecnológica, 14/01/2009)