Produção caiu 30% nas Missões e em Livramento. Agricultor usa silagem
A chuva de ontem trouxe a esperança de amenizar prejuízos na produção de leite. Agricultores prevêem que o pasto terá vitalidade em até três dias, o que vai qualificar a alimentação do gado leiteiro. Nos últimos três meses, o setor teve quebra de até 30% nas Missões. 'O leite vai cobrir gastos e garantir nossa continuidade no campo', disse o agricultor Luís Wolf, de Sete de Setembro, um dos primeiros municípios a decretar situação de emergência devido à estiagem.
Em Santana do Livramento a quebra na produção leiteira também está na casa dos 30%, em razão da falta de massa verde. Na tentativa de recuperar o estado dos animais, pequenas lavouras de milho são cortadas para alimentar o rebanho. Segundo o extensionista da Emater Alcedir dos Santos, alguns agricultores pretendem replantar as lavouras mesmo fora do ciclo de plantio da cultura. A situação não abrange todo o município, pois há áreas em que a chuva trouxe umidade no solo beneficiando especialmente a pecuária de corte e agricultura. 'A situação em algumas faixas, como em áreas de assentamentos, é mais preocupante, pois há propriedades em que a água já é escassa até para o consumo humano', comentou.
No Uruguai, os fazendeiros se desfazem dos rebanhos e negociam a produção abaixo do preço de mercado. Outro problema é o fogo que consome as florestas de eucalipto. Em Flores, 600 hectares foram dizimados pelo fogo desde a sexta-feira.
A chuva de ontem ainda beneficiou a soja. Em São Borja, foram cultivados 50% dos 30 mil hectares previstos. Agora, a alternativa no município é o plantio de sorgo, girassol ou milho safrinha. Em Santa Rosa, a planta está em fase de desenvolvimento do grão e, segundo o agrônomo Jairton Dezordi, se continuar chovendo, agricultores poderão ter boa colheita.
(CP, 14/01/2009)