Organizações sociais e indígenas da Guatemala vão realizar, hoje (14), uma mobilização nacional em rechaço às políticas implementadas pelo governo de Álvaro Colom durante seu primeiro ano na presidência do país. A criminalização e a perseguição contra as formas de organização de comunidades indígenas são apontadas como os principais motivos para a manifestação.
Entre as demandas das organizações, encontram-se o fim da militarização dos territórios indígenas, liberdade dos presos políticos e o respeito à decisões comunitárias sobre o uso dos recursos e riquezas naturais em seus territórios. A mobilização vai ocorrer em diversos departamentos do país. Na cidade de Guatemala, a manifestação sairá do Obelisco e seguirá para os edifícios do poder Legislativo e Executivo.
Em um manifesto político, divulgado hoje (13), as organizações ressaltam que, com a administração de Colom, já são três governos com quem a Plataforma Agrária tem tentado estabelecer diálogos para que criem fundos para as economias camponesas, a fim de que cesse o empobrecimento das famílias rurais: "Colom passou um ano sem escutar essas propostas que poderiam contribuir para enfrentar a crise alimentar".
Segundo o documento, há muitos anos, os programas públicos executados nas áreas rurais estão orientados a fomentar o investimento privado, estimular o turismo, ampliar a indústria mineira e tolerar a concentração da terra para grandes exportações.
"A crise econômica atual e o aumento nos preços dos alimentos requerem que o governo de Colom ponha em marcha programas que permitam enfrentar a emergência. Isso significa reorientar o gasto público e definir um orçamento que reflita o compromisso do Estado com a população rural vulnerável", declara o manifesto da Plataforma Agrária.
(Adital, 13/01/2009)