Prefeitos de três municípios litorâneos afirmam que as obras – importantes para melhorar o índice de balneabilidade – devem começar ainda nesse ano; Sema nega qualquer acordo por parte do governo estadualEnquanto os prefeitos eleitos de Matinhos, Guaratuba e Pontal do Paraná afirmam que os municípios litorâneos deverão receber, ainda neste ano, obras de drenagem de águas pluviais, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema) nega que qualquer acordo já tenha sido firmado para resolver a situação. A informação foi repassada nesta segunda-feira (12) à reportagem da Gazeta do Povo por Eduardo Dalmora, Evani Justus e Rudisney Gimenez, prefeitos dos três municípios em questão. As obras, segundo eles, teriam impacto positivo na balneabilidade, resultando em mais pontos próprios para banho, e a primeira etapa custaria cerca de R$ 68 milhões.
“Tivemos uma reunião com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e da Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa) e nos foi apresentado esse estudo de macro e micro drenagem. Queremos começar as obras já neste ano”, diz Dalmora. De acordo com os três, seriam feitas intervenções em rios e canais dos municípios litorâneos que resultariam em uma diminuição dos dejetos lançados ao mar. “Matinhos tem 12 canais que jogam a água das chuvas no mar. Uniríamos alguns deles e desviaríamos a água para o Rio Caraguaçu. Ao invés de 12, teríamos apenas dois canais na cidade”, afirma Dalmora.
Em Guaratuba, de acordo com Evani, um canal na Praia Central avançaria 150 metros no mar para liberar a água da chuva, que tem sido comumente apontada como uma das causas dos índices ruins de balneabilidade das praias paranaenses. “A água da chuva vai arrastando tudo que é porcaria e joga no mar”, explica o prefeito de Pontal.
VersãoA versão do governo estadual para a questão da drenagem, porém, é diferente. De acordo com a assessoria de imprensa da Sema – à qual estão ligados o IAP e Suderhsa – existe sim um levantamento sobre as bacias do litoral do estado e possibilidade de drenagem, mas não há definição sobre prazos e custos de obras em rios e canais que levam a água dos chuvas para o mar. “Não vamos nos manifestar porque não há um projeto definido ainda e nada foi apresentamos ao governador Roberto Requião”, afirmou o secretário do meio-ambiente, Rasca Rodrigues, por meio de sua assessoria de imprensa.
A reportagem tentou contato direto com o secretário e com o presidente da Suderhsa, João Samek, ao qual teria sido atribuída – pela assessoria de Guaratuba – a apresentação do projeto em questão. O secretário não atendeu as ligações e Samek disse que estava entrando em um evento e não teria como comentar o assunto.
(
Gazeta do Povo, 13/01/2009)