A demanda por produtos cultivados sem o uso de agrotóxicos é cada vez maior no Estado. Com este crescimento, o desafio dos produtores agora é conscientizar o consumidor sobre a importância de eles atuarem como parceiros desta prática. Ressaltam que, além de saudável e ambientalmente correta, ela precisa de um período maior para atender bem à procura.

Segundo o gerente de Projetos Estratégicos da Certificadora Chão Vivo, Hélio Menegueli, o aumento na demanda por produtos orgânicos cresceu consideravelmente no final de 2008, quando se intensificaram as discussões sobre as enchentes, aquecimento global e transgênicos, despertando uma reflexão dos consumidores sobre a importância dos alimentos saudáveis e que não trazem impacto negativo ao meio ambiente.

Entretanto, o desafio, segundo Hélio, é manter os novos consumidores, que ao não encontrarem um produto, voltam a consumir o alimento convencional. Isso ocorre porque muitas vezes os consumidores não estão acostumados ao ritmo da produção orgânica, que necessita de um planejamento, do respeito aos períodos do ano, entre outros aspectos destinados a compatibilizar a demanda com a oferta de produtos.

“O produto orgânico necessita de planejamento para ser fornecido, então logicamente que em um período curto não há como atender à demanda de mercado. Os novos consumidores são iniciantes nessa área, precisam de um melhor entendimento para entender e respeitar o planejamento desta produção, os períodos do ano, e assim agir como um parceiros nesta causa”, ressaltou.

Motivados a se alimentar melhor, alerta Hélio, é importante que os consumidores entendam que atualmente é produzida no Estado um grande e variado volume de alimentos orgânicos para pronta entrega. E que, para atendê-los a contento, é necessário conhecer a lógica da produção. “Ele não é apenas um consumidor, ele está consumindo um produto que agrega benefícios à saúde, ao meio ambiente e ao social. Vai além do consumo justo”, ressaltou.

Atualmente, a agricultura orgânica é desenvolvida em 44 municípios capixabas de forma organizada. Ao todo, são 130 propriedades certificadas e mais de 2.600 hectares de terras voltadas para essa produção. Ao todo, são produzidas cem toneladas/mês de orelicultura; mil toneladas de frutas, entre elas banana, morango, mamão e citrus, e 4 mil sacas de café beneficiado.

Segundo as informações da Chão Vivo, 300 propriedades se preparam para converter suas plantações convencionais para orgânica no Estado. A partir deste ano, por exemplo, a certificadora inicia um projeto de dois anos para ensinar os produtores a terem acesso aos mercados de forma profissional.

Para isso, trabalharão como parceiros da certificadora a Secretaria Estadual de Agricultura (Seag), o Sebrae, as prefeituras municipais envolvidas com a  atividade, o Incaper e a Fetaes.

Alguns pontos de venda de orgânicos:

Feiras livres:

Jardim da Penha;
Barro Vermelho (esta feira, que funciona na rua nos fundos da Emescam aos sábados pela manhã, é exclusiva para produtos orgânicos;
Maruípe;
Tancredão.

Supermercados:

Supermercado Aracruz - Aracruz;
Horti-Fruti - Vila Velha;
Horti-Fruti - Praia do Suá;
Horti-Fruti - Colatina.

Pontos de venda da Bom Fruto Comércio:

Supermercado Perim - Mata da Praia
Supermercado Perim - Vila Velha (Rua: Luciano das Neves)
Supermercado Carone - (Bairro Santa Lúcia)
Hipermercado Carone - Jardim da Penha
Horti-Fruti - Praia da Costa
Horti-Fruti - Praia do Suá
Carrefour Comércio Indústria Ltda - Vitória
Supermercado Aracruz - Aracruz
Supermercado Casa Grande - Itaparica - Vila Velha
Champion - Jardim Camburi
Loja Virtual: www.vitrinecapixaba.com.br/bomfruto

Os produtos são também vendidos à comunidades da Serra pela Cooperativa Solidária de Produtos Orgânciso do Estado do Espírito Santo - O Broto. Trata-se de um projeto que começou a ser implantado 16 de novembro de 2003, os produtos são vendidos a preços menores do que os praticados no mercado.

A Cooperativa compra os produtos orgânciso de pequenos produtores de Santa Maria, Laranja da Terra e Domingos Martins, que chegam na sede da organização às 6ª feiras.

(Por Flavia Bernardes, Século Diário, 13/01/2009)