O Governo dos Estados Unidos emitiu hoje sanções econômicas contra 13 pessoas e três empresas privadas por ligação com a rede de proliferação nuclear do cientista paquistanês Abdul Qadeer Khan, informou o Departamento de Estado americano. O anúncio foi feito após o do Governo dos EUA ter feito uma revisão de vários anos da informação disponível sobre as atividades desta rede, informou o porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, em comunicado.
"Achamos que estas sanções ajudarão a prevenir futuras atividades relacionadas com a proliferação desta rede e que representarão um alerta para aqueles que quiserem perseguir esta tarefa", explicou o Governo. De acordo com o Departamento de Estado, Abdul Qadeer Khan, conhecido como o "pai da primeira bomba atômica islâmica", liderou uma extensa rede internacional que promoveu a proliferação de tecnologia nuclear e o conhecimento sobre a mesma.
Ele constituiu um ponto de referência de informação e aquisições para os países que buscavam desenvolver armas nucleares. Khan e seus parceiros forneceram ao Irã e à Líbia peças para centrífugas, planos para desenhar essas máquinas, e, em alguns casos, centrífugas completas, ressaltou o Governo dos Estados Unidos.
Os EUA crêem que o cientista e seus parceiros também forneceram planos, equipamentos e tecnologia à Coréia do Norte.
O paquistanês elaborou ainda planos para o desenho de armas nucleares à Líbia, onde os EUA encontraram, após a decisão de Trípoli de abandonar seu programa nuclear, peças que o país tinha recebido da rede de Khan, informou o Departamento de Estado. "As ações da rede mudaram de maneira irrevogável a paisagem da proliferação e têm implicações duradouras para a segurança internacional", afirmou o Governo.
De acordo com Washington, países "no mundo todo", entre eles Paquistão, África do Sul, Turquia, Reino Unido, Alemanha, Emirados Árabes Unidos, Suíça e Malásia, colaboraram estreitamente com os EUA para investigar e fechar esta rede. O Governo acredita que a rede de Khan "já não é ativa", mas recomenda a outros países que "fiquem atentos" para evitar que os associados do engenheiro ou outros que perseguem atividades similares "não se transformem em uma futura fonte de informação nuclear ou de componentes sensível".
(EFE, G1, 12/01/2009)