Estudo inédito demonstra danos do herbicida glifosato a células humanas. Todas as células de cordão umbilical expostas a quatro diferentes formulações do Roundup em doses 100 vezes menores que as usadas nas plantações morreram em até 24 horas. O herbicida foi escolhido pelos pesquisadores franceses do CRIIGEN por ser o mais usado no mundo, especialmente em plantas transgênicas como a soja.
Para o vice-presidente da CTNBio Edílson Paiva, contudo, “A vantagem na segurança alimentar [do herbicida glifosato] é que os humanos poderiam até beber e não morrer porque não temos a via metabólica das plantas” (Valor Econômico, 23/04/2007). O produto campeão de vendas da Monsanto está 70% mais caro nesta safra.
A pesquisa de Nora Benachour e Gilles-Eric Séralini, publicada na edição de dezembro da revista Chemical Research in Toxicology, destaca que a presença de resíduos do produto nos níveis testados é autorizada nas rações e alimentos transgênicos. Aqui no Brasil, a aprovação da soja transgênica foi acompanhada de um aumento de 50 vezes no nível permitido de veneno na soja .
O estudo também revela que a mistura dos componentes presentes no produto comercial amplificam a ação do glifosato, o ingrediente ativo do agrotóxico. Um dos metabólitos gerados na digestão do glifosato, o AMPA, pode ser ainda mais tóxico, dado que confirma estudos anteriores. Para os pesquisadores, as autorizações para uso do produto devem ser revisadas, dado que os efeitos tóxicos do herbicida dependem e são potencializados por outros componentes. O estudo aponta claramente que os ingredientes adjuvantes presentes nas diferentes fórmulas do herbicida Roundup não são inertes.
Em decorrência disso, como lembra reportagem da France Presse (07/01), em janeiro de 2007 a Monsanto foi condenada por um tribunal francês em Lyon por propaganda enganosa a respeito do Roundup. O mesmo já acontecera nos Estados Unidos. Em virtude das condenações, a Monsanto foi obrigada a retirar a palavra “biodegradável” das embalagens do produto.
(La Biodiversidad, 12/01/2009)