Com a estiagem, resíduos jogados no Guaíba ficaram visíveis e foram retirados pela prefeitura.
Mais de cem sacos de lixo, com capacidade para cem litros, foram recolhidos entre os meses de novembro e dezembro na Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger, na área junto ao Guaíba.
Segundo a gerente da unidade de conservação, bióloga Patrícia Witt, em virtude da estiagem as águas ficaram em torno de 50 metros distante da costa, tornando visíveis os resíduos depositados junto à mata ciliar e ao Arroio Lami, que faz ligação entre o lago e a reserva. Ainda com o auxílio de embarcação, foram coletados resíduos na Ponta do Cego, istmo onde se concentram muitas rochas com acúmulo de detritos.
Conscientização
Patrícia salienta a necessidade de conscientização da comunidade, tendo em vista os danos provocados à fauna pelo depósito de resíduos, como plástico, já que aves e peixes acabam engolindo esses materiais ou enredando-se neles, além de outros problemas como obstrução das tubulações e poluição.
A Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger, única no país administrada por um município, é uma unidade de conservação de proteção integral à natureza. Criada em 1975, abriga espécies de fauna e flora raras e endêmicas ameaçadas de extinção, como o bugio-ruivo e a lontra. Por apresentar em torno de 70% de sua extensão coberta por áreas úmidas e contornar arroios e o Lago Guaíba, concentra um grande berçário para a avifauna, com 200 espécies de aves, entre residentes e migratórias, representando importante papel na conservação da biodiversidade da Capital.
(Diario de Canoas, 10/01/2009)