Entre as mudanças a partir de março estão o uso de gerador de energia e compostagem do lixoA partir de março, quando termina a temporada de verão, uma série de medidas ambientais será testada na Ilha do Mel. “Para essa temporada, ainda estávamos definindo questões relativas ao plano de manejo da ilha (aprovado pela Assembleia Legislativa dia 17 de dezembro). Mas acabando o verão vamos colocar isso em prática”, diz o presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Vitor Hugo Burko.
Um dos primeiros equipamentos a serem testados é um gerador de energia que irá captar luz solar e fazer a iluminação de determinadas áreas da Ilha do Mel à noite. Inicialmente, trilhas, trapiches e outros espaços públicos serão beneficiados. Em um segundo momento, de acordo com Burko, as próprias pousadas também irão ter acesso ao gerador. “Teremos luz com custo zero”, afirma o presidente do IAP. Atualmente, apenas as propriedades particulares utilizam energia elétrica da Copel. Para percorrer as trilhas que cortam a ilha, os turistas usam lanternas.
Outro projeto é fazer a coleta e a compostagem do lixo dentro da própria Ilha, sem necessidade de se fazer o transporte até Paranaguá, garantindo mais agilidade e deixando o processo mais barato. Atualmente, 30 moradores da Ilha estão contratados pelo IAP para fazer a coleta do lixo. Segundo eles próprios, no entanto, o efetivo é pequeno e os barcos que levam o lixo para o continente costumam atrasar.
A rede de esgoto também vai passar por melhorias. “Queremos deixar o sistema de tratamento eficaz e barato”, diz Burko. O tratamento na ilha é feito por fossas sépticas, uma maneira rudimentar de tratamento que separa os detritos sólidos dos líquidos, mas cujos resíduos são bem mais nocivos ao ambiente do que o subprodutos de uma estação de tratamento.
O IAP também quer instalar placas educativas ao longo das trilhas. “Vamos explicar ao turista assuntos relacionados ao meio-ambiente, para que ele entenda como é importante conservar a beleza da local que visita.”
Diálogo
As medidas são bem vistas para pelor moradores da ilha. “O tratamento de esgoto é fundamental. O lençol freático já não aguenta receber tantos dejetos. Quando eu cheguei aqui há 16 anos já se falava na necessidade de uma rede de esgoto. A população estourou e nada foi feito”, diz o comerciante Tony Tonel, que aluga bicicletas e tem uma loja de roupas na Vila Brasília. Segundo ele, o gerador de energia à luz solar também traria benefícios à comunidade. “É lógico que é bom, mas o pessoal do IAP e da prefeitura precisa sentar e conversar conosco. Ficamos sabendo dessas coisas por meio da imprensa.”
Em 2007, 114.668 pessoas visitaram a ilha. O levantamento do ano passado, com dados fechados até novembro, mostram que 93.010 visitantes estiveram na ilha.
(
Gazeta do Povo, 11/01/2009)