Em meio à estiagem, chuva de granizo e ventos fortes castigaram o Rio Grande do Sul durante o final de semana. Os temporais destelharam centenas de casas, derrubaram árvores e deixaram parte da população sem energia elétrica ou telefone em municípios nos vales do Paranhana, Sinos, Taquari, além de Zona da Produção, Serra e Missões.
Até ontem, 68 municípios gaúchos tiveram situação de emergência decretada pela Defesa Civil por vendaval, granizo ou estiagem. A instabilidade foi provocada pelo deslocamento sobre o Estado de um sistema de baixa pressão que ontem se encontrava na costa gaúcha. Com a presença de sol e a elevação da temperatura, nuvens carregadas se formaram rapidamente durante a tarde na atmosfera ainda úmida. A MetSul alerta que podem ocorrer novos temporais no Rio Grande do Sul entre amanhã e quarta-feira.
Em Frederico Wespthalen, 50 casas foram parcialmente danificadas com a chuva deste domingo. Os bombeiros tiveram de usar motosserras para cortar as árvores que não resistiram aos ventos de aproximadamente 80 quilômetros por hora.
No Vale do Paranhana, os bombeiros registraram mais de 15 ocorrências. Choveu granizo em municípios como Três Coroas, São Sebastião do Caí, Dois Irmãos e Igrejinha. Em Taquara, a chuva intensa afetou lavouras de feijão. Galhos caídos deixaram o trânsito em meia pista na RS 020 entre a cidade e São Francisco de Paula. Na localidade de Palma, interior de Arroio do Meio, quem trafegava no sábado pela RS 130 enfrentou congestionamento devido ao bloqueio parcial da rodovia pelo mesmo motivo. Nas Missões, lavouras de soja e milho em São Paulo das Missões, São Pedro do Butiá e Salvador das Missões, já prejudicadas pela seca, foram atingidas por granizo, assim como 30 galpões de criação de suínos. Em Palmeira das Missões, um dos principais produtores de grãos do Estado, choveu fraco e não minimizou o efeito da estiagem, que já deixa os açudes secos. O município avalia hoje a possibilidade de encaminhar à Defesa Civil pedido para decretação de situação de emergência. O presidente do Sindicato Rural de Palmeira das Missões, Hamilton Jardim, projeta perdas de 30% na soja e de 50% no milho.
(CP, 12/01/2008)