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tecnologia solar parques eólicos tecnologias limpas
2009-01-12

Empresas de energia solar e de biocombustíveis foram as que mais sofreram com a queda, que teria sido causada pelo barateamento dos combustíveis fósseis e pela fuga de investimentos em virtude da crise econômica.

As ações de 84 das 88 empresas do setor de energias limpas que formam o índice WilderHill New Energy Global Innovation Index (NEX) – que monitora companhias de novas tecnologias energéticas de todo o mundo – terminaram 2008 valendo menos do que em janeiro, com um prejuízo médio de 61%.

O pior desempenho foi registrado no mês de novembro, quando o índice teve uma queda de 70% em relação ao começo do ano.

Porém, a maioria das empresas já apresentou alguma reação desde a eleição de Barack Obama e diante da promessa de novos investimentos na área ambiental.

Se comparada com índices financeiros tradicionais, a queda média de 61% do índice NEX demonstra que o setor foi um dos que mais sofreu com a crise. Por exemplo, o US S&P 500 caiu 38,5%, o London"s FTSE100, 31%; a Dow Jones Eurostoxx 50, 44%, e a US Nasdaq Composite , 41%.

Existem três principais razões para o mau desempenho do setor em 2008. Em primeiro lugar, os preços do petróleo e do gás despencaram a partir de julho. Em seguida, investidores preocupados com a crise financeira mundial procuraram se refugiar em fundos mais estáveis e tradicionais. Finalmente, as empresas do setor sempre necessitaram de muito capital, já que trabalham com tecnologia de ponta, e qualquer retração no crédito, como a que ocorreu no ano passado, é fortemente sentida.

Some-se a tudo isso, a extraordinária alta dos últimos anos, em especial em 2007, quando as ações subiram 58%, sendo inevitável um recuo em algum momento.

Em alguns períodos do ano, o índice NEX chegou ao mesmo nível de 2003, o que é praticamente um absurdo segundo Michael Liebreich, presidente da New Energy Finance, líder mundial na pesquisa de investidores em energia renováveis. “É ridículo que tenha havido tamanho recuo. Voltamos a níveis de antes da ratificação do Protocolo de Kyoto, antes do Katrina, antes do Bush declarar que os EUA são viciados em petróleo e antes do documentário de Al Gore, A Verdade Inconveniente”.

Números

Individualmente, os setores de biocombustíveis e de energia solar foram os que mais sofreram, o que afetou fortemente as ações das empresas brasileiras. A Cosan registrou queda de 46%, a São Martinho, 38%, e a Brasil Ecodiesel passou dos 90% de prejuízo e acabou inclusive sendo removida do NEX a partir de 2009.

Entre as empresas do maior setor de energias limpas, o eólico, as ações sofreram baixa de 56%, principalmente por causa do medo da redução de projetos e da queda do preço das turbinas.

Por sua vez, o setor de armazenamento de energia foi o que apresentou o melhor desempenho no ano, com ganhos de 6%. O destaque fica por conta da fabricante de baterias japonesa GS Yuasa, com um ganho, em termos financeiros, de 159%, ajudado pelo potencial das baterias de íons de lítio. A Japan Wind Development, que usa baterias para armazenar energia gerada por usinas eólicas, teve alta de 35%. Outra empresa japonesa, a Sanyo Eletric, ficou em terceiro entre as que mais subiram, sendo inclusive alvo de uma oferta de compra pela Panasonic.

Entre as empresas que permanecem no índice no começo de 2009, os piores desempenhos foram da espanhola Solaria Energia y Medio Ambiente e da alemã Conergy , ambas de energia solar, com quedas de 91,5% e 88,6% respectivamente.

Efeito Obama

Porém, o cenário do fim do ano já se revelou muito mais animador, com algumas ações subindo até 45% impulsionadas pela eleição de Barack Obama e de uma possível nova política global para as energias limpas.

“Os prospectos de crescimento dos investimentos em energia renováveis continuam excitantes. Preocupações com as mudanças climáticas e com conflitos de interesses como o da Rússia e Ucrânia - que impede o fornecimento de gás para a Europa – ou as guerras no Oriente Médio, tornam a busca por novas opções de energia um dos principais tópicos da agenda mundial”, conclui Liebreich.

(Por Fabiano Ávila, Envolverde/Carbono Brasil, 09/01/2009)


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