O terremoto de 6,2 graus na escala Richter que atingiu a Costa Rica na quinta-feira (08/01) deixou 76 mil pessoas sem água e 1.500 sem luz, segundo o jornal local "Nacion".
O número de mortos chega a 15, e mais de 40 pessoas estão desaparecidas. De acordo com a CNE (Comissão Nacional de Emergência), dezenas de pessoas estão feridas e 38 estão hospitalizadas. O terremoto teve seu epicentro em uma área montanhosa a dez quilômetros ao leste do Vulcão Poás, localizado a 60 quilômetros ao oeste da capital San José.
"Centenas de pessoas permanecem em albergues improvisados próximos ao local do acidente. Os danos com as crateras, pontes e esgotos, chegam na ordem de US$ 12 milhões, segundo o ministério de Obras Públicas e Transportes", informou o jornal.
De acordo com o CNE, os 15 corpos foram encontrados pelos pela equipe de socorro que avançavam pelas regiões isoladas das proximidades do vulcão Poás, zona do epicentro do tremor, a 50 km ao norte de San Jose.
Segundo a Cruz Vermelha, ainda há cerca de mil pessoas bloqueadas em estradas e vilas da região mais afetada, onde ocorreram grandes deslizamentos de terra. Os cerca de 150 turistas retidos na região de Vara Blanca, a maioria americanos, franceses, canadenses e espanhóis, foram retirados do local ainda na sexta-feira, mas 13 turistas estão desaparecidos, segundo a Cruz Vermelha.
A coordenadora das operações de evacuação de estrangeiros, Alexandra Galva, informou que os 13 desaparecidos estavam hospedados no Peace Lodge, próximo às Cataratas da Paz. Outros 50 estrangeiros permanecem retidos na zona de Cinchona, uma das mais afetadas pelo terremoto, que é acessada apenas por helicóptero.
Os turistas que quiseram deixar o local tiveram que usar helicóptero ou caminhar por até quatro horas, por trilhas enlameadas, para abandonar a região. Segundo relatos de moradores, algumas empresas de helicópteros estão cobrando US$ 1.315 para retirar grupos de quatro pessoas da zona isolada. O resgate também é feito por helicópteros fretados pelo CNE.
Ajuda
Hoje, dois helicópteros Blackhawk dos Estados Unidos se juntaram às operações de resgate de corpos e das pessoas isoladas, para ajudar nas buscas por desaparecidos.
Centenas de pessoas continuam isoladas na região, apesar do trabalho dos agentes de socorro. A zona do epicentro é um terreno montanhoso de floresta úmida onde há várias aldeias e hotéis, que sofreram diversos danos no terremoto, considerado o mais forte dos últimos 150 anos nesta região. As chuvas estão dificultando o acesso a áreas e terrenos de resgate.
As operações aéreas foram realizadas até agora por cinco helicópteros civis alugados pelo governo, porque a Costa Rica não tem forças armadas. O embaixador americano, Peter Cianchette, autorizou ainda a entrega de US$ 50 mil em fundos de assistência para desastres no estrangeiro ao governo costarriquenho.
O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, também ofereceu seu apoio para ajudar as famílias atingidas pelo terremoto. Os governos da América Central, a Colômbia e a China também ofereceram ajuda.
Segundo o presidente Oscar Arias, as empresas privadas, as igrejas católica e evangélica, e organizações sociais também foram acionadas para ajudar as pessoas atingidas.
(Folha online, com AFP, 10/01/2009)