A ONG portuguesa Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza - denunciou hoje o "abate ilegal" de dezenas de árvores ocorrido nos últimos dias num povoamento florestal na zona de expansão do aeródromo municipal de Ponte de Sor.
Nuno Sequeira, responsável do núcleo regional de Portalegre da Quercus, assegurou ser "ilegal" o abate de sobreiros, azinheiras, oliveiras e pinheiros naquela zona.
"A Câmara Municipal de Ponte de Sor não efectuou a avaliação de impacte ambiental do projecto, situação que torna à partida esta situação ilegal, uma vez que aquela zona possui um povoamento florestal com espécies protegidas", justificou.
Segundo a Quercus, que tomou conhecimento deste caso através de uma "denúncia anónima", já estão a decorrer trabalhos de terraplanagem.
"A obra deverá parar de imediato", exigiu o ambientalista, sustentando que, naquela área, está também plantado um jovem povoamento de pinheiros manso, após florestação de terras agrícolas com financiamentos públicos do Estado e União Europeia, "o qual não deveria de ser destruído".
A Quercus alega que, nos termos da legislação em vigor, era necessário que o empreendimento (expansão do aeródromo) tivesse sido declarado de "imprescindível utilidade pública" para se poder converter os povoamentos de sobreiros e azinheiras, situação que "não aconteceu".
De acordo com Nuno Sequeira, o "abate de dezenas de árvores adultas torna-se ilegal" por "carecer de autorização da Autoridade Florestal Nacional". "A administração pública tem que dar o exemplo neste processo", defendeu.
Contactado hoje pela Lusa, o presidente do município de Ponte Sor, Taveira Pinto, não quis prestar "para já" nenhum comentário sobre este caso.
(Escosfera, com Lusa, 08/01/2009)