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2009-01-09
As alterações com a pasta de Meio Ambiente anunciadas no pacote de mudanças do prefeito re-eleito Nelson Trad Filho está preocupando ambientalistas da capital de Mato Grosso do Sul.  Surge a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbanístico (antes Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) e o Instituto de Planejamento Urbano e Meio Ambiente será subordinado a Secretaria de Planejamento, Finanças e Controle.  Muda também o secretário.  Sai Frederico Freitas e entra Marcos Cristaldo.

Apesar da nomenclatura ainda priorizar o meio ambiente, especialistas temem que o assunto fique em segundo plano.  "Esse tipo de fusão geralmente prevalece o que gera receita, então nesse caso, entre conservar uma nascente e obras de urbanização, claro que sobressairá a urbanização.  Não que não seja importante, mas corre esse risco de deixar assuntos prioritários de lado", diz Alessandro Menezes, presidente da Ecoa.

“O primeiro mandato do Nelson Trad Filho anunciava progressos.  Com a criação da SEMADES esperávamos por uma política transversal na questão ambiental e a solução de assuntos pendentes como a falta do aterro municipal e a manutenção aos cuidados de nossas árvores, porém aos poucos foi decepcionando por não tirar as promessas do papel.  Com essa fusão o quadro pode piorar”, complementa Menezes.

Alcides Faria, diretor executivo da Ecoa, vê a junção de secretarias uma má tendência dos governos municipais e no caso de Campo Grande poderá arrastar por mais tempo problemas antigos.  "Como em outras cidades, a fusão de secretarias é motivada por pressão do setor imobiliário.  O urbanismo referido poderá se tornar apenas o loteamento da cidade.  É uma pena visto que temos muito a ser resolvido como o veto da lei solar, o aterro sanitário e as inundações atrozes que ocorrem sempre que chove".

Além de relembrar o município de antigas promessas o setor ambiental também permanecerá em alerta quanto ao futuro da pasta.  Espera-se que o Meio Ambiente não se torne apenas um carimbo facilitador de obras que atendem a interesses de poucos, como vem acontecendo em vários pontos do País, nas diversas esferas do governo.

(Rios Vivos, 08/01/2009)


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