O Espírito Santo será um dos grandes contribuintes do aumento da emissão de CO2 na atmosfera. Isso porque vem incentivando a construção de termelétricas no Estado, com incentivos da ordem de até R$1,2 bilhão, na contramão da luta ambiental no Estado. Segundo a previsão de estudiosos, esses empreendimentos vão triplicar a emissão de CO2 no País.
Em todo o País, a previsão é que as novas termelétricas estarão despejando na atmosfera 39,3 milhões de toneladas de CO2 em 2017, um aumento de 172% em relação a 2008. No Estado, quatro termelétricas já foram anunciadas para serem implantadas em Colatina.
Segundo ambientalistas, as queimadas são as que mais contribuem para o efeito estufa, mas o crescimento do setor termelétrico será mais do que suficiente para eliminar os ganhos ao meio ambiente com a adoção do biodiesel, por exemplo.
Ao todo, o número de térmicas com contrato de fornecimento no País saltará de 14 em janeiro de 2008 para 63 em janeiro de 2013, e com isso as emissões devem subir de 186 mil toneladas para 4 milhões de toneladas de CO2, segundo divulgado pelo diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, em entrevista ao jornal “Valor Econômico”.
Alheio aos problemas climáticos, o Estado, além de conceder benefícios fiscais para a construção das termelétricas, beneficia as usinas como um todo, inclusive a óleo diesel, sem Estudo de Impacto Ambiental (EIA). O EIA foi dispensado devido à pressa do Estado em viabilizar a participação das empresas no leilão de energia através de uma resolução do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema).
As usinas a óleo diesel são altamente poluidoras, e emitem enxofre, entre outros poluentes. Algumas empresas, além de receber a licença prévia, ganharam recursos do governo Paulo Hartung através do Invest-ES, com juros irrisórios e longos prazos para pagamento.
A resolução do Consema é de 9 de Julho de 2008 e resultou de deliberação da sua 2ª• Reunião Extraordinária. A resolução foi aprovada considerando que é a energia elétrica fator importante para o desenvolvimento econômico e social do Estado do Espírito Santo, também considerando que a geração em território capixaba é de aproximadamente 33% do total da energia elétrica requerida, o que confere uma grande dependência da energia elétrica do sistema interligado.
(Por Flavia Bernardes,
Século Diário, 09/01/2009)