Está difícil controlar a poluição na região do Arroio Capivara e na Rua Gávea, no bairro Ipanema. Depois da construção de galerias sob a via para evitar que a rua alagasse e levasse sujeira para o arroio – obra que custou R$ 1,5 milhão –, a água poluída por esgoto cloacal agora cai diretamente na areia da orla do Guaíba. O cheiro, segundo os moradores, é insuportável.
– Exala cheiro de podridão – define o contabilista Gerson Beller, 46 anos.
Beller mora há 40 anos no bairro e diz que o fedor atrapalha quem passeia na praia. Outra reclamação que ele faz é sobre um braço do Arroio Capivara que passa atrás da sua residência. Ele afirma que antes iam equipes da prefeitura remover detritos. Agora, não fazem mais esse trabalho, segundo Beller.
O empresário Reinaldo Frota, 52 anos, reforça as críticas. Ele apontou haver novo assoreamento do arroio – o problema havia sido enfrentado pelo DEP em meados de novembro.
– A água (do arroio) empurra a areia e atira para dentro do Guaíba. Também a poluição do esgoto cloacal (nas galerias sob a Rua Gávea) cai direto na areia e vai para o Guaíba – explica.
O diretor de Conservação do DEP, Francisco Pinto, enviou um e-mail em 15 de dezembro à diretoria do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) relatando a situação. De acordo com ele, há uma ligação irregular de esgoto cloacal nas galerias, o que está causando a poluição.
Sabendo disso, o Dmae deverá fazer testes com corantes nas residências da região para descobrir quem é o poluidor. O produto é derramado na privada e, após a descarga, é verificado se aparece na caixa de esgoto cloacal. Caso contrário, “está saindo no lugar errado”, conforme Pinto.
(ZH, 09/01/2009)