Governo começa a distribuir mais 500 mil doses da vacina para os postos de saúde de todo o Estado.
Porto Alegre - A volta da febre amarela silvestre em humanos, depois de 42 anos, colocou as autoridades sanitárias do Rio Grande do Sul em alerta. O governo do Estado ampliou hoje o número de municípios da zona de risco, de 87 para 99, e começou a distribuir mais 500 mil doses da vacina para os postos de saúde de todo o Estado, sem descartar a possibilidade de pedir mais um lote ao Ministério da Saúde nos próximos dias.
Nesta semana a Secretaria da Saúde confirmou que a morte de Veridiana Teixeira, de 31 anos, foi causada pela doença. Moradora de Santo Ângelo, ela esteve no interior de Eugênio de Castro, município vizinho onde havia ocorrido mortandade de macacos, no dia 30 de novembro. No dia 18 de dezembro, em casa, começou a sentir dor de cabeça e febre. Apesar de medicada, passou a apresentar manchas na pele e olhos amarelados. O quadro evoluiu para insuficiência renal e morte no dia de Natal.
Dois outros casos são considerados suspeitos pela Secretaria da Saúde. O primeiro é de um morador de Nova Santa Rita, na região metropolitana de Porto Alegre, que viajou a Pirapó, na zona de risco, no feriado de Natal, e morreu na noite de terça-feira na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. O segundo é de um homem que foi à mesma zona de matas próximas a rios de Pirapó e está em internado num hospital de São Luiz Gonzaga, no oeste do Estado. O material enviado para análise do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, vai confirmar ou descartar a hipótese.
Embora não tenha recebido notificação oficial, a Secretaria de Saúde também sabe, pela imprensa, que dois óbitos ocorridos na Argentina recentemente podem ter sido provocados por febre amarela contraída na mesma região geográfica, mas a oeste do Rio Uruguai, no outro lado da fronteira.
O oeste do Rio Grande do Sul está na zona de transição da doença, uma faixa que sobe pelo oeste de Santa Catarina, do Paraná e de São Paulo, espalha-se por todo o território de Minas Gerais e chega ao oeste da Bahia e sul do Piauí, onde ocorrem surtos esporádicos. Mesmo assim as notícias recentes surpreenderam os gaúchos.
(Agência Estado, Diário de Canoas, 09/01/2009)