Equador - A Confederação dos Povos da Nacionalidade Kichwa do Equador (ECUARUNARI) vai realizar uma mobilização nacional, no dia 20 de janeiro, em defesa da água, da terra, da soberania alimentar e da vida. O principal motivo da mobilização é o repúdio a Lei Mineira proposta pelo presidente equatoriano Rafael Correa, em novembro passado. O projeto oficial deve ser discutido na próxima semana no Congresso Nacional.
Em comunicado, a ECUARUNARI expressa apoio às comunidades e aos povos que lutam contra o projeto de Lei Mineira, que qualifica de privatizador e neoliberal, atentando contra a vida dos povos e a soberania nacional ao favorecer as transnacionais. A entidade exige que a Comissão Nacional Legislativa abra um debate nacional sobre a mineração e o novo modelo de desenvolvimento do país.
As comunidades camponesas a província de Azuay, localizada no sul do país, também rechaçam a Lei Mineira. Desde segunda-feira (5), realizam manifestações contra a proposta oficial. Segundo os camponeses, as explorações autorizadas pela lei vão afetar as fontes de águas em zonas mineiras. Por isso, exigem que uma comissão do Poder Legislativo constate o dano ambiental produzido por essa atividade.
Os manifestantes realizam fechamento de estradas no sul do país. Cerca de 15 pessoas já foram presas. A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) também rechaçou o projeto apresentado pelo Executivo em novembro do ano passado. A entidade acredita que a lei vai favorecer a mineração de grande escala praticada por transnacionais.
Informações de organizações ambientais do Equador revelam que mais de quatro milhões de hectares foram concedidos a empresas mineiras, o que tem provocado, além de impactos ambientais, uma série de conflitos sociais. Essas atividades causam o deslocamento de comunidades inteiras, apropriando-se de extensos territórios, das águas, da biodiversidade e desequilibrando a segurança e a soberania alimentar das populações afetadas.
(Adital, 08.01.09)