A duas semanas de terminar o mandato na Casa Branca, o presidente norte-americano George W. Bush anunciou na terça-feira (06/01) a criação de uma área marinha protegida com uma superfície equivalente à de Espanha.
Bush colocou sob protecção a zona oceânica mais vasta do mundo ao declarar “monumentos nacionais marinhos” três sítios: a Fossa das Marianas e recifes de coral das ilhas Marianas; o Atol Rosa, na extremidade Este da Samoa Americana; e um arquipélago isolado no Pacífico. Os três sítios totalizam cerca de 505 mil quilómetros quadrados.
Esta classificação deverá proteger raridades naturais como o caranguejo-dos-coqueiros (Birgus latro), o maior crustáceo terrestre do mundo; a única ave conhecida por utilizar o calor vulcânico para incubar os seus ovos; e uma cadeia de 21 vulcões activos no fundo da Fossa das Marianas, perto da ilha de Guam.
Estão previstas medidas de preservação dos recursos e proibições ou restrições à pesca comercial ou lúdica.
Para Roger McManus, vice-presidente do grupo de protecção do ambiente Conservation International, este anúncio oferece “perspectivas magníficas” porque “não vamos encontrar melhor laboratório natural”.
Joshua S. Reichert, do Pew Environment Group, considera que esta é uma “decisão histórica tomada pelo Presidente Bush para proteger uma parte do habitat oceânico mais raro e o mais importante do ponto de vista biológico”.
Bush faz balanço de oito anos de presidência
Estas medidas “são a palavra final num compromisso de oito anos em favor de uma política forte de protecção e conservação do Ambiente. Sei que isto pode parecer contrário às ideias divulgadas nos media”, disse o Presidente.
Desde o início da sua presidência, “realizámos políticas de bom senso e posso dizer no momento de partir: o nosso ar está mais limpo, a nossa água está mais pura e os nossos solos estão mais bem protegidos”, acrescentou naquela que terá sido a sua última intervenção relativa à política ambiental que adoptou.
(Ecosfera, com AP, 07/01/2009)