O grupo de pesquisadores que integra a expedição Deserto de Cristal Brasil ao interior da Antártica iniciou na madrugada desta quarta-feira (7/1) a viagem de retorno.
Segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia, os sete brasileiros e um chileno concluíram o trabalho de coleta de material de pesquisa e seguem para Punta Arenas, no Chile.
O glaciologista Jefferson Cardia Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), coordenador da equipe que tem apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), disse que as amostras de gelo coletadas a 95 metros e 45 metros de profundidade no Monte Johns, a mais de mil quilômetros do acampamento base, darão informações sobre as mudanças climáticas ocorridas no continente antártico nos últimos 250 anos.
Nos 16 dias em que esteve no local a equipe enfrentou temperatura de menos 40 graus centígrados, “mas as dificuldades não impediram o trabalho planejado”, disse Simões.
Nos últimos 25 anos, o Programa Antártico Brasileiro (Proantar) realizou expedições no oceano, nas ilhas e na costa da Antártica. Até agora, as missões científicas não haviam avançado no continente.
A base da expedição Deserto de Cristal foi instalada a 2 mil quilômetros ao sul da Estação Antártica Comandante Ferraz e a mil quilômetros do Polo Sul geográfico. Nessa região, o sol brilha 24 horas, a espessura do gelo é de 700 metros, e a altitude, de 920 metros em relação ao nível do mar.
Mais informações no site do Ministério do Meio Ambiente.
(Agência Fapesp, 08/01/2009)